ROMA, 6 SET (ANSA) – Morreu neste sábado (6) aos 94 anos, o fundador do Fórum de Cernobbio (ou Ambrosetti), Alfredo Ambrosetti. O evento, que chega a sua 51ª edição em 2025, teve início na última sexta-feira (5) e segue até amanhã no Lago de Como, norte da Itália.
Nascido em Varese, na Lombardia, em 1931, Ambrosetti fundou o Studio Ambrosetti, uma das primeiras empresas de consultoria de gestão da Itália, em Milão. Já a ideia para o fórum, que apresenta perspectivas econômicas e geopolíticas para a Itália, a Europa e o mundo, surgiu em 1974, um ano antes de sua primeira edição.
“O Fórum nasceu de uma intuição em uma noite fria e enevoada de novembro. Fomos os primeiros na Itália a lançar o serviço AP (Atualização Permanente) em todas as principais regiões, voltado para altos executivos corporativos. Eu estava voltando de trem com Umberto Colombo, que havia liderado uma sessão sobre o cenário tecnológico no Vêneto”, contou o próprio Ambrosetti na página que reúne histórias e depoimentos de ex-alunos da Universidade Católica.
No texto, ele lembrou que aqueles eram tempos “de terrorismo, das Brigadas Vermelhas, da inflação de dois dígitos e da crise do petróleo”.
Em dado momento, perguntei-lhe [a Colombo] se achava lógico abordar os cenários econômico, sociopolítico e tecnológico em três sessões separadas, quando, na verdade, são fortemente interdependentes. Colombo compartilhou minhas preocupações, e assim nasceu o Fórum de Cernobbio, com duração de três dias dedicados a cada um desses temas”, acrescentou o fundador do evento.
Antes do anúncio do falecimento de Ambrosetti, que não teve a causa do óbito revelada, o presidente da Itália, Sergio Mattarella, que enviou um vídeo para a conferência no Lago de Como, destacando, neste sábado, o papel da União Europeia nos setores econômico e trabalhista.
“Hoje, mais do que nunca, as forças econômicas e trabalhistas estão cientes de que a alavanca europeia é decisiva. Precisamos de instituições europeias mais fortes e da vontade de governos capazes de não se render a perigos e retrocessos que não são inevitáveis”, afirmou Mattarella na mensagem, antes de concluir: “A Europa, com suas conquistas civilizacionais, é o legado que podemos, e devemos, transmitir às gerações futuras”. (ANSA).