Entre os vários fatores que tornaram histórica a terceira posse de Lula como presidente, o belo dia de céu aberto em Brasília cumpriu a sua parte. Tornou ainda mais nítidas e ensolaradas as imagens do desfile no Rolls-Royce, a subida na rampa e o discurso no Parlatório.

Para muitos, o tempo bom não foi obra do acaso. Meses antes da posse, a Fundação Cacique Cobra Coral foi procurada para que o dia estivesse exatamente daquele jeito. “Foi uma solicitação feita por uma amiga da Janja [primeira-dama]”, diz Osmar Santos, porta-voz da fundação.

Contrato assinado, cientistas e meteorologistas passaram a esquadrinhar as condições climáticas no domingo, 1º de janeiro. E os institutos previam chuva nesse dia. Aí começa o trabalho da fundação. Tanto Osmar quanto a médium Adelaide têm contato com a entidade Cacique Cobra Coral. E é ele que atende ou não aos pedidos.

Segundo os critérios do cacique, uma posse presidencial não é motivo suficiente para um dia lindo de sol. “Nossos meteorologistas também previram uma forte seca em Goiás, que poderia comprometer a safra. Desviar a chuva de Brasília para essas áreas justificou a intervenção climática”, explica Santos.

A fundação não está vinculada a nenhum grupo político ou ideológico. Tanto que prestou os mesmos serviços na posse de Bolsonaro, em janeiro de 2019. “Não trabalhamos para presidentes, governadores ou prefeitos, mas sim para presidências, governos e prefeituras”, diz o porta-voz.

Hoje a fundação atende clientes em 17 países de 4 continentes. E vem colecionando histórias de sucesso e casos curiosos desde sua criação, em 1931. Um desses casos aconteceu em maio de 2007, quando o papa Bento 16 (1927-2022) visitou o Brasil.

“O papa iria rezar uma missa no Campo de Marte, e a previsão era de chuva. Fomos procurados pela prefeitura e eu entrei em contato com o cacique. Ele perguntou: ‘O papa é de açúcar?’. Aí nossos meteorologistas identificaram que, na mesma época, a safra de maçã de Santa Catarina corria risco por falta de frio. Com esse motivo, mandamos uma frente fria, que depois subiu para São Paulo e evitou a chuva. Salvamos a safra de maçãs e a missa”, conta Santos.