Vários funcionários do Google assinaram uma carta de protesto contra o desenvolvimento de uma versão de sua ferramenta de busca adaptada para as exigências da censura na China, informa o jornal New York Times.

Quase 1.400 signatários pedem mais transparência para compreender as implicações éticas do projeto, afirma a carta que circula no sistema de comunicação interna, informaram ao jornal três fontes que tiveram acesso ao texto.

“Atualmente não temos informações suficientes para tomar decisões claras o aspecto ético relativo a nosso trabalho, nossos projetos e nosso emprego”, afirma um trecho da carta citada pelo NYT.

Diante da censura e dos ciberataques, a empresa com sede na Califórnia retirou sua ferramenta de busca da China em 2010 e vários de seus serviços continuam bloqueados no país asiático, segunda maior economia mundial.

Mas o Google está testando uma ferramenta de busca em conformidade com as exigências das autoridades chinesas, o que provocou críticas de ativistas dos direitos humanos e dos funcionários da empresa, noticiou no início de agosto o site The Intercept, uma informação confirmada à AFP por um funcionário do Google.

O projeto é chamado “Dragonfly”.

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“Nós precisamos urgentemente de mais transparência (…) Os funcionários do Google devem saber o que estão desenvolvendo”, afirma a carta.

Durante uma reunião na quinta-feira com os funcionários, o CEO do Google, Sundar Pichai, reiterou seu compromisso a favor da transparência e disse que o grupo “explora várias opções”, mas que “não estava a ponto de lançar uma ferramenta de busca na China”, informou o jornal Financial Times.


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