Por Martin Coulter

LONDRES (Reuters) – Centenas de funcionários do Google fizeram uma greve nesta terça-feira nos escritórios em Londres após um desacordo sobre demissões em massa na empresa.

Em janeiro, a Alphabet, controladora do Google, anunciou que estava demitindo 12.000 funcionários em todo o mundo, o equivalente a 6% de sua força de trabalho global.

A mudança veio em meio a uma onda de cortes de pessoal em toda a América, particularmente no setor de tecnologia, que até agora já demitiu mais de 290.000 trabalhadores desde o início do ano, de acordo com o site de monitoramento Layoffs.fyi.

O sindicato britânico Unite, que tem entre seus membros centenas de empregados do Google no Reino Unido, disse que a empresa ignorou as preocupações apresentadas pelos funcionários.

“Nossos membros são claros: o Google precisa ouvir seu próprio conselho de não ser mau”, disse Matt Whaley, diretor regional da Unite.

“Eles e a Unite não recuarão até que o Google permita aos trabalhadores uma representação sindical completa, se envolva adequadamente com o processo de consulta e trate sua equipe com o respeito e a dignidade que ela merece”, acrescentou Whaley.

Um funcionário do Google que compareceu ao protesto, pedindo para não ser identificado por medo de retaliação, disse à Reuters que as negociações entre os funcionários e a administração têm sido “extremamente frustrantes”.

“Tem sido difícil para os envolvidos. Temos um processo de demissão por um motivo, para que os funcionários possam ser ouvidos”, disseram. “Mas parece que nossas preocupações entram por um ouvido e saem pelo outro.”

“Como dissemos em 20 de janeiro, tomamos a difícil decisão de reduzir nossa força de trabalho em aproximadamente 12.000 globalmente. Sabemos que esse é um momento muito desafiador para nossos funcionários”, disse um porta-voz do Google.

O Google emprega mais de 5.000 pessoas no Reino Unido.

(Reportagem de Martin Coulter)

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