O operador de loja Matheus Silva, de 20 anos, que morreu no último domingo (25) enquanto trabalhava no hipermercado Carrefour no bairro do Limão, zona norte de São Paulo, estava em desvio de função no momento do acidente com uma empilhadeira, diz sua família. As informações são do UOL.

De acordo com a reportagem, parentes do jovem dizem que ele não era habilitado para conduzir o veículo que causou o acidente. A empilhadeira que ele pilotava caiu em cima do seu corpo e Matheus morreu no local.

Em nota, o Carrefour confirmou que ele “trabalhava como operador de loja e não tinha em seu escopo de trabalho a operação de empilhadeira”.

Ainda segundo o UOL, uma prima de Matheus disse que esta não foi a primeira vez que o jovem pilotou a máquina dentro do hipermercado. De acordo com a estudante Gabriela Lorena Tavares, de 20 anos, o rapaz “não tinha habilitação e muito menos uma licença para manusear a empilhadeira. Já havia comentado com a mãe dele que o Carrefour mandou fazer um curso de empilhadeira, porém ele não tinha dinheiro no momento, e mesmo assim, o Carrefour continuou colocando para fazer o trabalho”.

A reportagem ainda traz mensagens recebidas por familiares de Matheus de colegas de trabalho dele contando tê-lo visto pilotando a empilhadeira em outras oportunidades. “Não foi a primeira vez que ele pegou a empilhadeira, tanto ele, como vários funcionários”, diz o colega não identificado.

Segundo a família do jovem, ao chegarem ao supermercado após o acidente, eles receberam três versões diferentes do que ocorreu. O hipermercado teria dito que Matheus não estava mais no local, pois havia sido levado ao hospital. Em uma segunda versão, policiais informaram à família que o corpo do rapaz ainda estava no Carrefour, quando foram perguntados para qual unidade de saúde ele havia sido levado.

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Segundo a prima de Matheus, após a família questionar o Carrefour sobre a falta de informação correta, a empresa teria dito que os bombeiros tentaram fazer massagem cardíaca, mas sem sucesso. “Após fecharem o mercado e dispensarem os funcionários, começou a chegar clientes e eles estavam dizendo que o mercado precisou fechar pois teve falha no sistema”, disse Gabriela.

A jovem conta que a família só ficou sabendo de fato o que aconteceu por meio de outros funcionários, que se solidarizaram. “Um amigo do meu primo disse que a empilhadeira caiu em cima do peito dele”, disse Gabriela.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, Matheus morreu “após o veículo que ele operava ter tombado em uma rampa”. O caso foi registrado como morte suspeita no 13º DP.

Ainda segundo o UOL, o Carrefour negou em nota que tratou a morte de Matheus como “falha no sistema”.

“Reforçamos também que o colaborador possuía contrato regular de trabalho e, no dia do acidente, estava em horário normal de expediente. Reforçamos também que em momento algum alegamos que o triste acidente tivesse sido uma falha sistêmica. Estamos à disposição das autoridades para contribuir com as investigações. Neste momento de imensa dor, estamos em contato com a família, dando todo o suporte necessário e também apoio psicológico”, diz a nota.


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