Duas ex-funcionárias da Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo (Glesp) acusaram o líder João José Xavier de assédio sexual. No último dia 2, o advogado delas apresentou uma notícia-crime ao Ministério Público de São Paulo. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

O Sereníssimo Grão-Mestre, título que Xavier detém entre maçons, repudiou as acusações e as associa a um “pequeno grupo” que perdeu a disputa pela liderança da Glesp no ano passado e agora tenta, “de forma vil e vingativa, denegrir sua honra”. Já as vítimas afirmam que o assédio piorou quando Xavier, que é casado, virou grão-mestre na instituição, em 2019.

“Ele começou a me chamar com frequência no gabinete, e a mostrar vídeos de mulheres de bunda de fora”, disse uma das mulheres à Justiça. Conforme a funcionária, Xavier elogiava os seios dela e também teria pedido que fizesse faxina em seu gabinete, o que não seria atribuição dela.

A outra vítima relata que Xavier dizia que a imaginava sem roupa. “Sempre no meu ouvido falando bobagem, safadeza mesmo.” A faxineira afirma que tolerou o assédio por temer a demissão. As duas foram demitidas este ano, no meio da pandemia.

Uma das vítimas contou ainda que 15 dias antes da demissão Xavier falou que a equipe entraria em revezamento por causa da pandemia, e que os dois ficariam sozinhos no gabinete dele. Depois de faltar ao trabalho, ela foi demitida por Xavier. Três testemunhas contaram à Justiça ter presenciado o assédio.

Em nota à Folha, a Glesp promete apurar os fatos “de forma imparcial e justa” e responsabilizar eventuais culpados. Diz ainda ser “indiscutível que fatos gravíssimos estão sendo imputados a um membro de nossa instituição, os quais acabam por atingir a imagem e a honradez que possuímos perante a sociedade”.