A funcionária que denunciou assédio sexual de Rogério Caboclo, presidente da CBF, voltou a falar sobre o assunto. Em entrevista à Rede Globo, ela disse que a dor não acabou e comentou sobre a luta contra depressão.

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“É uma situação pela qual nenhuma mulher deveria passar em nenhum momento da vida. É uma dor que não acaba. É uma dor que hora nenhuma sai de mim. Hora nenhuma eu esqueço que ela existe. Está sempre presente, latente, em todos os momentos do meu dia”, afirmou a funcionária

Enquanto sofria os ataques, ela disse que pensou em morte. “No dia seguinte eu acordava e pensava: não vai ser tão ruim, eu preciso desse emprego. E eu chegava no trabalho e era pior. Então aquilo foi me deixando doente. Em algum momento eu pensei: eu vou morrer. A minha depressão chegou a um nível que eu pensei: eu vou morrer. E aquilo foi acabando comigo, aquela sensação de não conseguiu respirar, de não conseguir viver a minha vida. E ali eu precisei tirar uma licença. Foi quando eu realmente decidi tomar uma atitude”.

A funcionária denunciou Caboclo, que foi investigado. A Comissão de Ética do Futebol Brasileiro puniu o dirigente com um total de 15 meses de afastamento do cargo, por “conduta inapropriada”. Na esfera criminal ele fez acordo com o Ministério Público para pagar 100 salários mínimos (o equivalente a R$ 110 mil) e se livrar de outras penas.

Rogério Caboclo nega que tenha praticado assédio e diz que apenas usou “palavras deselegantes”. O dirigente acredita que está sendo alvo de um golpe orquestrado por Marco Polo Del Nero, ex-presidente da CBF e banido do futebol pela Fifa.