A fabricante de foguetes SpaceX está sendo acusada em um novo processo de se recusar a promover uma trabalhadora de produção, pagando-lhe menos do que seus colegas homens e retaliando-a por denunciar assédio sexual por parte de seu gerente.
Michelle Dopak, coordenadora de produção na sede da SpaceX na Califórnia, disse no processo aberto no tribunal estadual na terça-feira (5) que funcionários da empresa, incluindo a presidente e diretora de operações Gwynne Shotwell, ignoraram reclamações dela e de outros funcionários sobre preconceito generalizado contra as mulheres.
Dopak também disse que seu supervisor casado a pressionou a ter um relacionamento sexual que resultou em gravidez.
Ele teria oferecido a ela US$ 100 mil para fazer um aborto, que ela recusou, e então a SpaceX permitiu que ele transferisse US$ 3,7 milhões em opções de ações de seu nome para evitar o pagamento de pensão alimentícia ao demandante, afirma Dopak.
O processo afirma que a SpaceX está tentando forçar Dopak a pedir demissão, sobrecarregando-a de trabalho, apesar das acomodações a que ela tem direito para lidar com o estresse relacionado ao trabalho.
Dopak está acusando a SpaceX de discriminação, assédio, retaliação e de lhe pagar menos do que homens com empregos comparáveis, em violação da lei da Califórnia.
O processo surge no momento em que a SpaceX já está lutando contra uma proposta de ação coletiva movida em outubro, alegando que paga e promove menos mulheres e minorias do que homens brancos.
Entretanto, uma agência de direitos civis da Califórnia está investigando as queixas apresentadas por um grupo de antigos engenheiros, alegando que a empresa tolera discriminação e assédio desenfreados contra funcionárias.
A SpaceX também enfrenta um caso separado perante um conselho trabalhista dos EUA, alegando que esses mesmos engenheiros foram demitidos ilegalmente por circularem uma carta acusando o fundador e CEO Elon Musk de sexismo.
A empresa negou qualquer irregularidade e entrou com uma ação judicial visando bloquear o caso, alegando que a estrutura do conselho trabalhista e os processos internos de execução violam a Constituição.