A servidora pública Flaviana foi retida pela polícia de imigração no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris e submetida à ameaças de deportação no último dia 25. Noiva do francês Gaetan, ela havia ido ao país europeu para cuidar dos detalhes de seu casamento, mas acabou passando cerca de quatro dias em uma espécie de prisão do aeroporto. AS informações são do jornal RFI.

“O lugar é como se fosse uma prisão. Você não pode sair, as janelas são todas trancadas, tudo é protegido. Você só tem acesso aos dormitórios e ao refeitório. Mas eu podia encontrar meu noivo durante meia hora algumas vezes por dia, o que me ajudou muito”, contou a jovem ao RFI.

De acordo com Flaviana, as autoridades no aeroporto justificaram que que ela apresentava um risco de ordem pública ou de saúde à França, mesmo com o teste de PCR feito no Brasil com resultado negativo para Covid-19, como exigem as autoridades francesas.

Audiência de instrução

Diante da ameaça de deportação, a brasileira entrou em contato com o coletivo francês Love is not tourism (Amor não é turismo), no Facebook, e foi orientada a pedir uma audiência de instrução com um juiz. No entanto, enquanto aguardava a audiência ela permaneceu na Zapi (sigla para Zona de Espera para Pessoas em Instância).

No dia da audiência, o advogado que representou a brasileira alegou que ela tinha direito de vir à França e que todos os seus documentos estavam em ordem e de acordo com as exigências do Ministério francês das Relações Exteriores. O noivo também teve de responder a algumas perguntas.

“A juíza finalmente entendeu que eu não estava aqui a turismo, que eu tinha uma razão importante para vir, meu casamento. Ela me liberou e me entregou alguns papéis para eu encaminhar ao Consulado-Geral da França no Brasil, indicando que eu não tinha nenhum impedimento”, afirmou a jovem.

“Nunca imaginei que pudesse passar por isso. Eu não estava mentindo, mas eles me trataram como se eu estivesse infringindo a lei, como uma criminosa”, desabafou a brasileira em entrevista ao RFI.