Aos 29 anos, Raulzinho Neto vai disputar sua sétima temporada na NBA. Será sua segunda com o Washington Wizards. Para ganhar mais tempo em quadra ao longo dos anos, o armador admitiu que mudou um pouco o seu estilo. Experiente, ele espera ajudar no processo de reconstrução da franquia, que trocou John Wall com o Houston Rockets por Russell Westbrook, que depois foi para o Los Angeles Lakers.

Como se sente sendo um dos dois representantes do Brasil na NBA?

Representar o Brasil é sempre uma honra. Tem, claro, responsabilidade, expectativa de todos os fãs, das pessoas que acompanham, de eu fazer um bom ano, de fazer bons jogos. Tem sim uma responsabilidade, mas é mais uma honra. Sou muito grato por essa oportunidade e por poder representar o Brasil na NBA.

Por que você acha que hoje temos poucos jogadores do País na liga?

É algo de momento. Assim como já tivemos oito, nove jogadores, hoje temos um número menor na NBA, mas é preciso entender que a concorrência está cada vez maior, com muitos países jogando basquete em alto nível, bem mais se pensarmos como era há dez, 15 anos. O Brasil conquistou respeito dentro da NBA, desde os primeiros atletas que ingressaram na liga, até quem está hoje, não apenas dentro de quadra, mas também com os profissionais que estão em cargos técnicos. Todos queremos ver mais brasileiros na NBA e isso vai acontecer.

Como você compara sua evolução e a do jogo desde que você entrou na NBA?

A minha evolução tem sido constante. A cada ano eu tenho melhorado fisicamente e tecnicamente, entendo mais do jogo, me adaptando ao jogo da NBA que com certeza mudou desde a época que eu cheguei aqui. Cada vez mais a gente vê caras arremessando de fora, bolas dos três, quase todas as posições hoje em dia… Se você não é um cara que protege o garrafão, não é um cara que faz a diferença dentro do garrafão… Você tem de ter esse arremesso de fora. Eu fui me ajustando, fui sendo mais agressivo, indo mais para a cesta, tentando pontuar mais. Acho que isso é o principal nessa liga. Também ir melhorando fisicamente para conseguir marcar jogadores mais altos, jogadores mais rápidos e mais fortes do que eu. Mas acho que minha evolução foi constante, cada ano tenho aprendido mais e melhorado meu basquete.

Qual é o seu papel na remontagem do Washington?

Com certeza eu sou um dos mais experientes de anos jogando profissionalmente. Acho que o meu papel é o mesmo do ano passado: de dar o máximo, de tentar ajudar com o que o time precisar dentro da quadra, tentar ser um líder para a molecada mais jovem que está chegando agora, passar um pouco da minha experiência e tentar ajudar o time ao máximo.

O que o Washington pode almejar nesta temporada?

É muito cedo para falar onde podemos chegar. A gente é um time que precisa ainda ganhar entrosamento, precisa aprender a jogar um com o outro… É muito cedo. O que eu posso falar é que a gente vai dar o máximo, a gente vai tentar entrar nos playoffs e depois ir o mais longe possível. Acho que esse é o objetivo de todo time da NBA.

Como você avalia o futuro da seleção brasileira com a chegada do Gustavinho?

O Gustavinho é um grande técnico. Eu trabalho com ele desde as categorias de base, desde o sub-16 ou sub-17. É um cara trabalhador, estudioso, que tem de tudo para conseguir levar a nossa seleção o mais alto possível. Conseguir conquistar campeonatos, conseguir classificação para as Olimpíadas, conseguir fazer um bom Mundial. O Gustavinho vai trazer muito trabalho, muita experiência, pois ele já está, apesar de não ter sido técnico da seleção, ele acompanhou a seleção durante muito tempo como assistente. Acho que vai trazer muita coisa boa para a seleção brasileira.