Os juros futuros abriram ao redor da estabilidade nesta terça-feira, 5, mas em seguida renovaram várias máximas, acompanhando o fortalecimento do dólar ante o real e refletindo, segundo um profissional de renda fixa, a frustração diante da percepção de que a minuta da reforma da Previdência apresentada na segunda-feira, 4, com exclusividade pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) é apenas um esboço do proposta. Assim, o mercado deverá continuar a esperar por detalhes da proposta final.

O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, disse nesta manhã à rádio CBN que a reforma será “muito diferente” da minuta divulgada na segunda, e que animou os investidores. Na minuta, a novidade ficou por conta da previsão de idade mínima para aposentadoria de 65 anos também para as mulheres.

Na segunda-feira mesmo, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, disse que o presidente Jair Bolsonaro é contra a ideia da equipe econômica de igualar a idade mínima para aposentadoria entre homens e mulheres.

Nesta terça, Onyx disse que o impacto fiscal da reforma da Previdência que será apresentada pelo governo será próximo de R$ 1 trilhão em 10 anos. Em Davos, o ministro da Economia, Paulo Guedes, havia afirmado que a proposta poderia render uma economia de R$ 700 bilhões a R$ 1,3 trilhão em uma década.

De acordo com o ministro, o texto relevado pela reportagem na véspera é uma das versões elaboradas e é um “ensaio”, e não o “jogo final”. Ele relatou que conversará nesta terça com Guedes e com o secretário de Previdência, Rogério Marinho, sobre o texto. Mas ressaltou que o governo quer estimular o modelo de capitalização na Previdência. Logo mais, espera-se que Onyx fale com a imprensa ao final da reunião ministerial do governo.

Às 9h50, o DI para janeiro de 2020 marcava 6,39%, de 6,37% no ajuste de segunda-feira. O DI para janeiro de 2021 estava em 7,04%, de 6,98%, enquanto o vencimento para janeiro de 2023 exibia 8,13%, na máxima, de 8,06% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2025 subia a 8,64%, de 8,56% no ajuste anterior. No câmbio, o dólar à vista subia 0,13%, a R$ 3,6748. O dólar futuro para março estava em alta de 0,14%, a R$ 3,6795.

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Mais cedo, a FGV informou que o Índice de Preços ao Consumidor – Classe 1 (IPC-C1) subiu 0,61% em janeiro, após a alta de 0,32% registrada em dezembro. O indicador é usado para mensurar o impacto da movimentação de preços entre famílias com renda mensal entre 1 e 2,5 salários mínimos. Com o resultado, o índice acumulou alta de 4,29% em 12 meses.


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