GORIZIA, 18 DEZ (ANSA) – Uma região marcada por tensões e disputas territoriais na primeira metade do século foi premiada com o título de capital europeia da cultura em 2025.   

Além de Chemnitz, na Alemanha, a honraria também será dividida entre as cidades de Nova Gorica, na Eslovênia, e Gorizia, na Itália, em uma mensagem de união entre dois municípios separados apenas por uma imaginária linha de fronteira.   

O anúncio foi feito nesta sexta-feira (18) pelo comitê responsável por designar a nomeada da Eslovênia para capital europeia da cultura em 2025 e recebido por gritos de alegria na Praça Transalpina, que fica exatamente na divisa entre as cidades e os países.   

A capital Ljubljana, Piran e Ptuj também concorriam ao título na Eslovênia. Situada na região de Friuli Veneza Giulia, Gorizia pertencia ao Império Austro-Húngaro e foi anexada pela Itália após a Primeira Guerra Mundial.   

Em 1947, dois anos depois do fim da Segunda Guerra, a Itália assinou um tratado de paz com a Iugoslávia que deixou 40% do território de Gorizia para o país socialista, sobretudo subúrbios de maioria eslovena.   

Para dar um sentido de coesão a esses distritos, a então República Socialista da Eslovênia, integrante da antiga Iugoslávia, instituiu a Prefeitura de Nova Gorica, cuja pronúncia na língua local é “Nova Gorizia”.   

“Hoje não venceram apenas Gorizia e Nova Gorica, mas toda a Europa”, comemorou o prefeito do município italiano, Rodolfo Ziberna.   

“O objetivo é, através da cultura, oferecer um futuro de coesão e integração internacional a nossos filhos e netos. Se conseguimos aqui, onde as condições eram as piores por causa das tragédias do século 20, outras zonas da Europa que sofrem por ser territórios de fronteira também podem”, acrescentou.   

O título de capital europeia da cultura tem como objetivo tutelar a riqueza e a diversidade culturais na UE, valorizando características dos povos do bloco e promovendo uma série de atividades para movimentar a economia.   

Em 2020, a designação é dividida entre Rijeka (Croácia) e Galway (Irlanda). Já em 2021, será a vez de Novi Sad, na Sérvia.   

(ANSA).