Frio intenso ou ameno? Inverno no Brasil começa na sexta, veja como deve ser

Frente fria derrubará temperaturas em grande parte do Brasil
Frente fria derrubará temperaturas em grande parte do Brasil Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O inverno tem início na próxima sexta-feira, 20, às 23h42, pelo horário de Brasília. A estação deve apresentar temperaturas médias a mais altas na maior parte do País, especialmente entre o Paraná, o Sudeste, e o Centro-Oeste, onde os principais desvios de temperatura são esperados.

“Podemos ter eventos de onda de frio mais intensas, que podem avançar até a região central, mas não serão frequentes”, estima Paulo Lombardi, meteorologista da Tempo OK.

Conforme Lombardi, o fim do inverno, principalmente, será marcado por temperaturas acima do normal, devido a atuação de uma área de alta pressão na costa do Sul e do Sudeste.

No mapa da empresa de meteorologia, é possível observar que a maior parte do País será impactada por temperatura acima ou muito acima da média, incluindo as regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e parte do Norte.

Durante o inverno, são esperados dias mais secos principalmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, o que intensifica o alerta para a incidência de queimadas e cuidados com a saúde.

Espera-se também que muitas áreas do Sudeste e do Centro-Oeste possam sentir fortes ondas de frio que eventualmente avançam pelo interior do País.

“O sul de Minas Gerais, o Estado de São Paulo, o centro-sul de Mato Grosso do Sul são as áreas mais suscetíveis à geada quando ocorre a passagem das fortes massas de ar frio, de origem polar”, acrescenta a Climatempo.

Ainda conforme a Climatempo, algumas ondas de frio especiais podem levar o ar polar até para áreas da região Norte do Brasil causando o fenômeno da friagem que todos os anos se observa na região de Rondônia, no Acre e no sul do Amazonas.

Para algumas localidades como Roraima, extremo norte do Amazonas e a costa leste do Nordeste, região entre Natal e o sul da Bahia, o inverno significa muita chuva. “Uma época de transtornos com enchentes, alagamentos e deslizamentos de terrenos por causa do excesso de chuva”, alerta a empresa de meteorologia.

Conforme o mapa da Tempo OK, é possível observar ainda a expectativa para a incidência maior de chuvas ao longo do inverno em áreas das regiões Norte, Nordeste e parte do Sul.

Sem influência do El Niño e da La Niña

Neste ano, no hemisfério Sul, não haverá a influência de fenômenos como El Niño e nem La Niña.

“A temperatura da água do mar na porção central e leste do Oceano Pacífico equatorial, na Costa do Peru, deve se manter próxima da média. De modo geral, o inverno de 2025 tende a ser mais próximo das condições climáticas médias”, acrescenta a Climatempo.

Balanço do outono

O mês de março foi marcado pelo enfraquecimento do fenômeno La Niña e transição para neutralidade. “Com relação a chuva, os acumulados foram de abaixo a muito abaixo da média na maior parte do Brasil, com exceção do Pará, algumas áreas do Amazonas e Roraima, que encerraram o mês com volumes acima do normal”, disse a Tempo OK.

Já o mês de abril foi marcado pelo estabelecimento da neutralidade no Pacífico. Conforme a empresa de meteorologia, os acumulados de chuva ficaram de abaixo a muito abaixo da média entre o Norte e o Nordeste e na maior parte da região Sul.

Entre o Centro-Oeste e o Sudeste, houve chuva com volume de acima a muito acima da média, principalmente em Mato Grosso do Sul. “Já os Estados de São Paulo, Bahia e Goiás tiveram chuvas irregulares ao longo do mês e os acumulados ficaram aproximadamente em torno da média”, explicou a Tempo OK.

Enquanto isso, o mês de maio foi marcado pela manutenção da neutralidade no Pacífico. “Os acumulados de chuva ficaram entre muito abaixo da média e extremamente negativos na maior parte do Brasil. Apenas o Rio Grande do Sul e o litoral do Nordeste tiveram volumes acima do normal neste mês”, destacou a Tempo OK.

No Sul, as chuvas ocorreram de forma mais concentrada em dois eventos mais intensos.

“No geral, o outono foi marcado por chuvas abaixo da média na maior parte da estação. Apenas o mês de abril teve registro de acumulados entre a média e acima da média no Sudeste e no Centro-Oeste, devido a instabilidades que conseguiram avançar ao longo do mês”, disse Maria Clara Sassaki, porta-voz da Tempo OK.

Com relação às temperaturas, o mês mais frio foi abril, justamente pelo excesso de nebulosidade no Centro-Sul e o mês mais quente foi maio, marcado por dias de pouca nebulosidade e umidade mais baixa.

Entre maio e junho o destaque ficou para as massas de ar polar e a umidade deixada pela passagem das frentes frias que influenciaram em temperaturas bem abaixo do normal, tanto as mínimas quanto as máximas, segundo a especialista em meteorologia.

Outono foi marcado por duas ondas de frio

No fim de maio, a chegada de uma frente fria seguida por uma intensa massa de ar polar, que teve deslocamento pelo interior do continente, derrubou as temperaturas em diversas cidades do Brasil, incluindo o Estado de São Paulo. Diversas cidades registraram recorde de baixas temperaturas, incluindo a capital paulista, durante a primeira onda de frio do ano.

Na madrugada de 29 de maio, a primeira neve do ano chegou ao Sul do Brasil e transformou as paisagem de municípios gaúchos como São José Dos Ausentes, Bom Jesus e Cambará do Sul.

Ainda durante o outono, neste mês de junho, uma segunda onda de frio do ano atingiu o País e provocou queda de temperaturas novamente, especialmente em cidades do Centro-Sul do País. Desta vez, sendo mais longa, ou seja, durando mais dias que a primeira onda de frio registrada em maio. Também foram registrados recordes de frio em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.