A artista visual mexicana Frida Harari Sitton está a partir desta quinta-feira, dia 1º, com sua primeira exposição em solo brasileiro na Galeria Dezoito. Suas obras remetem ao futuro e a um universo de reflexos. Seu nome faz lembrar de Frida Kahlo, uma das artistas mais famosas do mundo e que levou as cores vibrantes do México para suas obras, roupas e objetos, em uma vida marcada por paixões e também por muita superação.

Assim como Kahlo, Frida Sitton é uma guerreira. Enquanto estava planejando essa exposição, teve que fazer uma pausa devido a um diagnóstico de câncer de mama que, ao ser investigado, apontou para um problema congênito no coração. Com isso, Frida repensou por completo sua maneira de trabalhar como artista.

Sua chegada a São Paulo inicia uma segunda -e importante- etapa de sua carreira. A mostra ‘ECO’ traz dois momentos do caminho e de sua experiência. A primeira fase é composta pelas séries ‘Infinito’ e ‘Plexi’, feitas de espelhos e acrílicos para criar jogos de cores e luzes sobrepostas que atiçam a curiosidade de quem as admira. Agora, em uma segunda fase, suas obras são uma celebração à vida.

Segundo a curadora Vivian Faingold, o nome da exposição ‘ECO’ vem do grego ‘êchos’ e ‘oîkos’ e significa ‘som’ e ‘casa’, respectivamente. O título foi escolhido por representar a repetição, o reflexo e os diversos ecos visuais. Também está presente no termo médico que foi parte da vivência ao longo dos últimos meses.

As obras da exposição são uma celebração à vida, além de destacar os desafios sobre o enfrentamento de medos e a necessidade de transformá-los em força. Os furos nas superfícies plásticas lisas, sem imperfeições, mostram outra realidade por meio da textura, expondo o seu lado mais idealizado e, também, mais vulnerável.

Frida tem uma verdadeira obsessão com reflexos e jogos de luzes. Ela diz que, assim como o silêncio é essencial na música, a ausência, o vazio, a transparência e a escuridão são elementos que acentuam, dão vida e delineiam o protagonismo dos elementos plásticos da obra. Essa reflexão trouxe novos insights sensoriais para a artista, assim como um novo olhar sobre a aceitação de sua vulnerabilidade, desencadeando o reconhecimento da sua própria mortalidade, assim como a celebração da vida. Assim, as últimas peças criadas para a exposição mostram uma jornada íntima.

Frida Harari Sitton nasceu na Cidade do México. É pintora e cineasta. Suas obras combinam técnicas de pintura abstrata com jogos de luzes para focar a dinâmica da cor e da textura. Seu trabalho explora percepções visuais por meio de materiais transparentes e coloridos. As composições e o jogo entre cores e luzes sobrepostas são secundárias à percepção do conceito efêmero de reflexão. Suas portas para a carreira cinematográfica se abriram quando escreveu, produziu e dirigiu o curta musical “Esa de Rojo”, que participou no Hola México Film Festival (Los Angeles) e do Festival de Cinema de Oaxaca (México). Em 2015, escreveu, produziu e dirigiu ‘Phosphenes’, um curta-metragem de arte experimental, amplamente reconhecido em mais de dez festivais internacionais de cinema (NYFA, FICMO, Calella, FIBAC, ABC Spain, Bahamas Film Festival) e vencedor do prêmio FICMO de cinema de Ottawa (Canadá).

Entre os artistas que inspiram seu trabalho estão nomes de renome como Gustav Klimt, Andy Warhol, Lucien Freud, Egon Schiele, Olafur Eliasson, James Turrell, David Alfaro Siqueiros e Joseph Albers. As obras de arte de Frida já foram expostas em diversas exposições individuais e coletivas em cidades como México, Nova York e Miami. Agora, vivendo em São Paulo, certamente teremos mais notícias sobre a artista. A exposição ‘ECO’ estará até 11 de fevereiro de 2023 na Galeria Dezoito (Rua Simpatia, 23 – Vila Madalena- SP). Se desejar saber mais sobre um artista ou se tiver uma boa história sobre arte para me contar, aguardo contato pelo Instagram Keka Consiglio, Facebook ou Twitter.