Um representante da Frente Polisário afirmou nesta segunda-feira (30) na ONU que o movimento separatista nunca atacou civis, embora tenha reconhecido atividades militares em uma zona do Saara Ocidental onde disparos deixaram um morto e vários feridos neste fim de semana.

O Ministério Público do Marrocos anunciou ontem a abertura de uma investigação após um “disparo de projéteis” ter deixado um morto e três feridos na noite anterior em Smara, no território disputado do Saara Ocidental.

“Não acusamos ninguém, porque estamos esperando que os resultados dessa investigação sejam conclusivos”, disse hoje o embaixador marroquino na ONU, Omar Hilale. “No entanto, não podemos ignorar que existe um conjunto de provas contundentes”, acrescentou, afirmando que o fato de a Frente não ter negado o incidente, “o seu silêncio, confirma que eles estão por trás dessas explosões”.

O representante da Frente Polisário, Sidi Omar, mencionou um comunicado militar do movimento em que reconhecia ter atacado “os setores de Smara, Mahbas e Farsia”. “Não foi a primeira vez, estamos em uma guerra aberta.”

Apesar de a Frente Polisario estar “em estado de guerra de autodefesa” e de todo o Sahara Ocidental ser considerado uma zona de guerra, Omar afirmou que a organização separatista “nunca atacou civis em sua guerra de libertação contra o Marrocos”. “Desafiamos qualquer um a provar o contrário.”

Omar deu essas declarações após a decisão do Conselho de Segurança de prorrogar por um ano a missão da ONU de manutenção da paz no Sahara Ocidental. Na ausência de uma regulamentação definitiva, a ONU considera a ex-colônia espanhola “um território não autônomo”.

O conflito entre o Marrocos e os separatistas da Frente Polisário, apoiados pela Argélia, já dura quase 50 anos.

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