O advogado Frederick Wassef se tornou réu por crimes de racismo e injúria racial, no caso envolvendo uma funcionária de uma pizzaria, no Lago Sul, em Brasília (DF). A denúncia do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) foi aceita na quinta-feira (17) pela 3ª Vara Criminal de Brasília. As informações são do G1.

De acordo com o MPDFR, em 2020, a atendente Danielle da Cruz de Oliveira, de 18 anos, foi ofendida por Wassef no local de trabalho. Em depoimento, a jovem contou ter sido chamada de “macaca” após Wassef reclamar que a pizza “não estava boa”.

“Você é uma macaca! Você come o que te derem”, teria dito o advogado. Danielle também disse que Wassef era um frequentador assíduo do estabelecimento, “porém é conhecido por se tratar de uma pessoa que destrata os funcionários”, e que ela mesma já teria sido “constrangida” e “muito humilhada” pelo advogado em outras ocasiões.

A defesa de Wassef informou ao G1 que vai preparar um habeas corpus, “porque o inquérito não estava concluído e que o direito de defesa foi ignorado”.

Ainda na denúncia, o MPDFT pede que Wassef seja condenado a pagar R$ 20 mil em indenização à vítima e R$ 30 mil por danos morais coletivos.

Wassef nega acusação

Em 2020, após a denúncia ser divulgada, o advogado se defendeu e disse ter sido “vítima de uma farsa e armação montada”. Segundo Wassef, a denúncia era “caluniosa” e que “foi organizada sob orientação de terceiros, visando futura ação indenizatória”.

O advogado negou que tivesse chamado Danielle de macaca e que ela “não é negra e mentiu”.

“Não chamei ninguém de macaco. A funcionária não é negra e mentiu, afirmando que eu a chamei de negra e por isso não queria ser atendido por ela. Foi fazer um boletim de ocorrência três dias após o fato narrado, levou fotógrafo para tirar sua foto na delegacia fazendo o B.O [boletim de ocorrência] e divulgou para a imprensa imediatamente”, disse o advogado.

Segundo o G1, a Polícia Civil informou que Wassef foi intimado a depois durante a apuração, mas a defesa alegou que ele estava em São Paulo e, por isso, não compareceu. O inquérito foi concluído com o depoimento da vítima e de três outras testemunhas que também trabalham na pizzaria.