conf1

A nova gestão da empresa Brado Logística, de transportes, que assumiu a companhia há pouco mais de um ano, surpreendeu-se ao fazer uma auditoria em suas contas. Encontrou contratos de fachada que totalizaram pagamentos de R$ 9 milhões a empresas ligadas a possíveis operadores de propina na Lava Jato, Rodrigo Brito e Victor Colavitti. Brito é investigado por repassar propina ao PMDB, enquanto Colavitti fez delação e admitiu contratos de fachada para propina na Eletronuclear. A suspeita dos procuradores é que os contratos de fachada da Brado tenham relação com a captação de R$ 400 milhões do FI-FGTS, por terem ocorrido em época próxima ao aporte. A auditoria foi enviada pela Brado ao Ministério Público e corrobora a delação premiada do ex-vice da Caixa Fábio Cleto.

Fachada

“A empresa Brado, após apuração interna, verificou pagamentos para as empresas Link e a empresa Porte sem qualquer prestação efetiva de serviços. Os valores repassados foram R$ 8 milhões para a Porte (entre agosto e outubro de 2013 – logo após a aprovação do FI – FGTS)”, escreveu o procurador Andrey Borges, em despacho.

Passado

A Procuradoria ainda não sabe os destinatários finais dos recursos, mas os indícios são de que a propina seria para peemedebistas. Fábio Cleto já citou ele próprio e o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) como recebedores. A Brado diz que os fatos foram na gestão anterior e que a atual diretoria instaurou auditoria interna ao assumir.

Realpolitik

conf2

Ferve a disputa pela Presidência da Câmara, mas se engana quem crê que fora do Congresso Nacional os pré-candidatos se digladiam. Na foto, da esquerda para a direita, os pré-adversários Rogério Rosso, Rodrigo Maia e Heráclito Fortes trabalharam, mas também se divertiram na missão ao Azerbaijão, com escala em Madrid, onde foi feito o clique. Muitos causos e brindes oficiais com vodca, como prevê a tradição de Azerbaijanos.

Rápidas

* Preocupado com a reação do MPF em meio à nova proposta para os acordos de leniência, o presidente da Câmara ligou pessoalmente para Rodrigo Janot, procurador-geral da República. Rodrigo Maia se comprometeu adiar a votação buscando texto mais “harmônico”.

* Que a hegemonia do PMDB no Rio de Janeiro está com os dias contados é fato. Agora, resta saber o que será dos sobreviventes. Diante do estado de calamidade vivido na região, a debandada do partido é iminente.

* Prestes a concluir o segundo mandato de prefeito e sem sucessor, Eduardo Paes (PMDB-RJ) tem sido aconselhado por aliados a se refugiar em outra sigla. Só assim teria chances de disputar o Palácio da Guanabara em 2018.

* Uma opção ventilada é o PSDB. Para os tucanos, seria a chance de ter um quadro competitivo na briga estadual e de quebra fortalecer a disputa presidencial. À esquerda, fala-se no PDT como uma aposta possível.

Retrato falado

conf3

“Trump não é nosso adversário político. Não estamos em luta política, trata-se da relação entre países”

Apesar de ter dito no passado que a eleição de Donald Trump “não pode acontecer”, o chanceler, José Serra, ponderou à coluna que o Brasil não será adversário do novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. “Até Hillary, que era sua adversária política, desejou a ele boa sorte.

Na medida em que ele se elegeu, o mundo quer que dê certo.”

O embaixador do Brasil em solo americano, Sérgio Amaral, já está encarregado de iniciar as relações com a nova administração.

Toma lá dá cá

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HENRIQUE MEIRELLES
A Fazenda consultou o TCU sobre manter ou retirar do BNDES R$ 100 bilhões aportados no banco. Mas um ministro pediu vista. O sr. não depende dessa consulta para tomar sua decisão. Vai esperar a resposta?

Sim, vamos esperar. Não tem prazo, mas obviamente que quanto mais cedo, melhor. Estamos colaborando com todas as informações que o ministro Vital do Rêgo pediu e apresentaremos todos os esclarecimentos que ele julgar necessário. Porque é algo positivo para o país, para dar uma boa sinalização para a economia. É uma atitude concreta. Estamos falando em corte de despesas para que a partir de 2021 a dívida pública comece a cair. Aqui temos uma queda de R$ 100 bilhões na dívida pública e os juros consequentes.

Há quem defenda o fim das concessões ineficientes e a abertura de novas licitações. O que acha?

Isso está sendo discutido. E acho que seria positivo encerrar concessões que não funcionam, mas por outro lado, tem que se analisar com muito cuidado para que algo positivo não se tornar negativo e gere insegurança jurídica. Por isso, as justificativas têm que ser muito bem fundamentadas para quebrar contrato.

Sob suspeita

A Procuradoria do Trabalho instaurou inquérito civil público para apurar se houve fraude no concurso da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em 2006. Candidatos que ficaram de fora da nomeação acusam a Embrapa de chamar os aprovados que tiveram nota baixa só porque já trabalhavam em unidades da empresa pública antes do processo de seleção.

Do total de vagas abertas, 479 empossados no ano seguinte não teriam sido bem classificados para assumir as vagas que ocupam atualmente. Para o Ministério Público Federal de Dourados (MS), “há indícios de fraude”, uma vez que as nomeações ocorreram para cargos de unidades onde não havia demanda.

Correio…

conf5

O deputado relator do projeto “10 Medidas Contra a Corrupção”, Onix Lorenzoni, quer extender o crime de responsabilidade (impeachment) para juízes, desembargadores e membros do Ministério Público. Isso corrobora uma bola cantada no mandado de segurança enviado em setembro pela defesa de Dilma Rousseff a Teori Zavascki, do STF.

…elegante

O documento alertava para o risco de o Supremo não avaliar o mérito no caso Dilma, alegando não interferir na decisão legislativa. “Ou o Judiciário exerce seu controle jurisdicional, ou ele próprio poderá, no futuro, perder sua própria autonomia, sujeitando-se jurisdicional, ou ele próprio poderá, no futuro, perder sua própria autonomia, sujeitando-se a destituições por maiorias parlamentares que atuem em claro desvio de poder.”

Me chama, me chama

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EX-MINISTRO DA PREVIDÊNCIA, O DEPUTADO FEDERAL REINHOLD STEPHANES (PSD-PR) QUER SER O RELATOR DA REFORMA PREVIDENCIÁRIA, QUE SERÁ DISCUTIDA NO CONGRESSO NO ANO QUE VEM. APESAR DE TER CLAREZA QUE O TEMA TIRA VOTO, ELE COSTUMA DIZER QUE O ASSUNTO É A SUA CAUSA. RODRIGO MAIA NÃO QUER SUGESTÕES DO GOVERNO.

Fotos: Luis Ushirobira/Valor/Folhapress; Wilson Dias/Agência Brasil; Ze Carlos Barretta/Folhapress; Lula Marques/Folhapress