26/04/2019 - 9:30
Os bolsonaristas tanto bateram no papa Francisco que quebraram a mão. A figura de linguagem se tornará realidade a partir da quarta-feira 1º, quando será aberta a 57ª Assembleia-Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), na cidade paulista de Aparecida. As constantes críticas dos seguidores de Jair Bolsonaro ao papa e à ala progressista da Igreja Católica resultou no efeito contrário do que eles almejavam: desgastou o próprio clero conservador e abriu caminho para que progressistas emergissem. Na assembleia serão escolhidos o presidente da entidade, hoje dirigida pelo arcebispo de Brasília, dom Sergio da Rocha, e o secretário-geral. Steve Bannon, que atuou como estrategista político do presidente dos EUA, Donald Trump, e é amigo dos Bolsonaro e de Olavo de Carvalho, foi um dos primeiros a dar a ideia de fazer chover críticas contra Francisco. Os bolsonaristas gostaram. Esqueceram, no entanto, que o papa jesuíta é uma das poucas unanimidades globais – e falar mal dele não pega nada bem para quem fala. A nova CNBB será decisiva no embate entre Igreja e Estado, programado para outubro, em Roma. Da pauta constam a questão indígena, a demarcação de terras e a proteção ambiental da Amazônia – três pontos que os Bolsonaristas amam de paixão. “Bispos carregaram dioceses inteiras para apoiar veladamente Bolsonaro. Agora são chamados a tomar consciência”, diz o padre José Arnaldo Juliano, assessor do Sínodo Arquidiocesano de São Paulo.
RIO DE JANEIRO
Peça de 140 anos é roubada da Igreja de São Jorge – no Dia de São Jorge
No início, quem estava na missa não entendeu. Mas logo o padre Jefferson Araújo de Oliveira explicou a razão pela qual, na terça-feira 23, Dia de São Jorge, ele pedia para o santo guerreiro livrar os fiéis dos assaltantes, no Rio de Janeiro. O padre disse que precisou improvisar um incensório porque o verdadeiro, de prata e datado de 1870, fora roubado. “O fluxo de pessoas é muito grande”, disse o provedor da paróquia, Jorge de Aguiar. Ao final da missa, todos rezaram para que o santo faça o larápio devolver a relíquia.
BRASIL
E o desemprego só cresce…
O Brasil, com cerca de 13 milhões de desempregados, precisa criar vagas de trabalho. É para ontem. Em meio aos solavancos da política (e admitamos que são provocados muitas vezes pelos filhos de Jair Bolsonaro que julgam ter ganho a Presidência da República junto com pai), os empresários não se sentem em porto seguro para invenstir. Assim, o que se vê é a redução do emprego crescendo. Em março, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) registrou o primeiro mês do governo Bolsonaro com triste e grande recuo no número de trabalhadores contratados com carteira assinada. Foram demitidos 1.304.373 empregados e contratados 1.216.177. Conta feita, dá resultado negativo de 43.196 pessoas.
Na questão do desemprego, 2019 teve o terceiro pior marco da história recente do País com a demissão de 43.196 trabalhadores
COMPORTAMENTO
Armas demais no País. Infelizmente
Cresceu, e muito, o número de registros concedidos nos últimos cinco anos a caçadores, atiradores e colecionadores de armas de fogo: 879%. Em 2014 foram autorizadas 8.988 concessões, enquanto que em 2018 houve 87.989 registros de armamentos. O presidente Jair Bolsonaro deve assinar decreto facilitando ainda mais que armas e munições cheguem às mãos desses atiradores e que eles possam transportá-las com maior liberdade. As licenças são dadas pelo Exército.
TERROR
O magnata do Estado Islâmico
Foi confirmado, na quinta-feira 25, o comando do Estado Islâmico no atentado no Sri Lanka (país da Ásia meridional), ocorrido no Domingo da Páscoa: 360 pessoas morreram. O E.I. muda agora de estratégia: alia-se a pequenos segmentos religiosos radicais que também promovem o terror. O governo do Sri Lanka identificou homens-bomba jihadistas: entre eles, dois filhos de Mohamed Ibrahim, um famoso magnata do país, que está preso. Os demais terroristas eram universitários, da classe média e alta. O atentado foi vingança pela morte de 50 pessoas em duas mesquitas na Nova Zelândia, no mês de março.
BRUMADINHO
“Punir e educar ao mesmo tempo”
Um novo parâmetro indenizatório, em caso de morte, está prestes a ser criado no País. Refere-se à tragédia da barragem da Vale em Brumadinho. Nesses casos, as negociações se dão, geralmente, entre pessoas essencialmente fragilizadas e empresas muito poderosas – o desvalido sai perdendo. A novidade é a ação movida pelos advogados Roberto Delmanto Jr. (foto) e Paulo Thomas Korte. Representando a família de quatro mortos, eles pedem R$ 40 milhões de indenização diante do lucro da Vale em 2018: R$ 25 bilhões. Querem também que nas sedes da empresa, em todo o mundo, sejam afixadas fotos das vítimas. “A vida não tem preço. Mas é uma forma de punir, educando ao mesmo tempo”, diz Delmanto Jr.