O fenômeno Francine foi rebaixado para a categoria tempestade tropical quando se deslocava na quarta-feira (11) sobre a Louisiana, no sul dos Estados Unidos, onde provocou chuvas, inundações, cortes de energia e alguns danos materiais.

“Francine foi rebaixada para tempestade tropical. No entanto, não subestimem o impacto: ainda acontecem fortes chuvas que provocam inundações generalizadas, ventos prejudiciais e tornados isolados”, informou o Centro Nacional de Furacões (NHC).

Este sistema, que também afetou a cidade de Nova Orleans na noite de terça-feira, tinha ventos de 110 km/h e perdeu força ao avançar pela costa da Louisiana.

Quando impactou as costas da Louisiana por volta das 22H00 GMT (19h00 de Brasília), perto de Morgan City, seus ventos eram de 155 km/h (categoria 2).

Imagens de emissoras de TV locais e nas redes sociais mostravam chuvas e ventos afetando cidades costeiras de jurisdições territoriais da Louisiana conhecidas como paróquias (condados), que realizaram evacuações obrigatórias desde terça-feira.

Também foram registradas inundações em algumas ruas e alerta de possível tornado permanecem ativos para essas jurisdições. Mais de 330 mil clientes estavam sem energia elétrica na Louisiana, segundo o portal de monitoramento poweroutage.us.

As autoridades não relataram pessoas feridas.

– Primeiros danos –

Nas ruas de Houma, uma cidade do sudoeste da Louisiana, sacos de areia foram colocados nas entradas dos edifícios para evitar a entrada de água. Imagens compartilhadas nas redes sociais pela estação de TV Weather Nation mostraram um imóvel severamente danificado nesta localidade, afetada por ventos fortes.

Em sua conta no X, o meteorologista Matthew Cappucci compartilhou imagens de três barcos à deriva, rio abaixo, na localidade de Dulac, Houma, em meio a chuvas e ventos.

Na paróquia de Jefferson, sua presidente, Cynthia Lee Sheng, explicou em coletiva de imprensa que o sistema de esgoto doméstico ficou saturado devido ao excesso de água produzido pela tempestade. Isso impediu o escoamento do esgoto ou da água das máquinas de lavar.

Parte da área que está na trajetória estimada do furacão sofreu o impacto dos devastadores furacões Katrina (2005), Laura (2020) e Ida (2021).

– Enfraquecerá depois –

“Francine está se movendo para o nordeste a 26 km/h. Espera-se um enfraquecimento rápido e deverá se tornar uma depressão tropical na quinta-feira e um ciclone pós-tropical na quinta-feira à noite ou no início de sexta-feira”, afirmou o NHC.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou estado de emergência na Louisiana na terça-feira, medida que permite liberar fundos federais para ajudar as autoridades locais.

Sob a chuva, pescadores, membros da equipe de futebol com o treinador e o prefeito da cidade de Jean Lafitte colocaram sacos de areia para proteger as propriedades perto de um pântano navegável.

Dezenas de famílias passaram a noite anterior em alguns abrigos. Na paróquia de Lafourche, havia um toque de recolher até o amanhecer de quinta-feira, para evitar pessoas nas ruas durante a passagem do furacão.

“Vamos ver algumas árvores caírem, algumas falhas nas linhas elétricas, então não queremos que haja pessoas nas estradas”, disse o presidente de Lafourche, Archie Chaisson.

– Temporada agitada –

Francine é o sexto fenômeno meteorológico da temporada de 2024 no Atlântico, que vai de junho a novembro. Antes, em agosto, o furacão Ernesto causou chuvas e apagões em Porto Rico. Previamente, circularam Debby, Chris, Beryl e Alberto.

Debby atingiu a costa leste dos Estados Unidos como furacão, causando pelo menos oito vítimas, segundo relatórios da imprensa. Em julho, Beryl alcançou a categoria 5 no Caribe e entrou com menos força no Texas. Autoridades de países afetados por Beryl (Estados Unidos, Venezuela, São Vicente e Granadinas, Granada, Jamaica e Canadá) relataram pelo menos 67 vítimas relacionadas direta ou indiretamente a esse furacão.

De acordo com a Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), a temporada de furacões deste ano no Atlântico está agitada, já que a alta temperatura do oceano aumenta a intensidade desses fenômenos. Esperam-se 25 tempestades, das quais 13 seriam furacões.

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