A França vai votar contra a renovação da autorização do glifosato na União Europeia, substância muito utilizada nos herbicidas e que tem efeitos controversos na saúde, anunciou nesta segunda-feira, em Luxemburgo, a ministra francesa de Meio Ambiente, Ségolène Royal.

Em relação à “questão do glifosato (…), a França votará contra”, declarou Royal ao chegar ao conselho de ministros do Meio Ambiente da União Europeia em Luxemburgo.

A autorização desta substância ativa presente nos herbicidas mais utilizados na Europa – como o RoundUp, da Monsanto, mas também produtos da Bayer, Syngenta, BASF ou Dow Agrosciences – expira no final de junho.

O tema da sua renovação está no centro de tensos debates há vários meses entre os representantes dos países do bloco e da Comissão Europeia.

Em 6 de junho, uma votação no comitê de especialistas composto por representantes dos 28 países da União Europeia, que deveria decidir sobre o assunto, não alcançou a maioria necessária para aprovar a proposta da Comissão de estender a autorização do produto.

O assunto foi passado então para um comitê de apelação, que se reunirá na sexta-feira, a menos de uma semana do fim do prazo.

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Este comitê de apelação reagrupa os Estados membros em um nível de representação superior à primeira instância, também sob a presidência da Comissão. As modalidades de voto, de maioria qualificada (55% dos Estados e 65% da população), são as mesmas.

Segundo fontes europeias, apenas um Estado, Malta, votou contra, e 20 votaram a favor de uma prorrogação temporária da autorização. A França e a Alemanha se abstiveram, segundo as mesmas fontes, contribuindo para o fracasso da votação.

Os defensores e os detratores do glifosato debatem o risco cancerígeno da substância, com base em estudos científicos.

O uso de herbicidas que contém glifosato se generalizou rapidamente após seu surgimento, na década de 1970. Com o desenvolvimento de cultivos transgênicos resistentes a essa substância, como a soja RR (Roundup Ready) da Monsanto, seu uso foi ainda mais disseminado.

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