ROMA, 6 JUL (ANSA) – Após um sábado (6) de reflexão, a população da França voltará às urnas no domingo (7) para o segundo turno das eleições parlamentares, que podem obrigar o presidente do país, Emmanuel Macron, a governar com a extrema direita.   

O Reagrupamento Nacional (RN), partido anti-imigração liderado por Marine Le Pen, dominou o primeiro turno do pleito ao obter 33% dos votos, enquanto a Nova Frente Popular, bloco de legendas de esquerda, ficou atrás, com 28%. Por fim, os centristas do atual mandatário somaram só 22% e estacionaram em terceiro.   

De acordo com as projeções, a segunda etapa das eleições legislativas deverá ser muito disputada, mas as esperanças de que o RN consiga uma maioria absoluta no Parlamento continuam incertas.   

Um levantamento publicado pelo jornal Les Echos apontou que a sigla de Le Pen pode ganhar de 205 até 230 assentos, enquanto uma pesquisa da Ipsos prevê entre 175 a 205 cadeiras. Para uma maioria governante, são necessárias 289.   

O posto de Macron na liderança francesa não será afetado, mas ele corre o risco de precisar trabalhar ao lado de um novo governo e primeiro-ministro com visões totalmente opostas. Em relação ao RN, caso o partido consiga atingir a maioria, Jordan Bardella deverá ser colocado no cargo.   

Em uma estratégia para combater a direita radical e evitar uma terceira via entre os eleitores, pouco mais de 220 candidatos já desistiram de disputar o segundo turno, sendo 132 da esquerda e 83 da aliança de Macron.   

O voto no país não é obrigatório e os quase 50 milhões de franceses foram convocados às urnas logo no primeiro fim de semana das férias de verão no Hemisfério Norte, o que poderá afetar a taxa de participação.   

As seções eleitorais estão marcadas para abrir a partir das 8h locais (3h de Brasília), logo depois dos votos nos territórios ultramarinos franceses. (ANSA).