PARIS, 17 SET (ANSA) – O governo da França pretende criar um mecanismo para agilizar a repatriação de migrantes que entram sem autorização na União Europeia por motivos econômicos.   

A informação é de fontes da Presidência da República francesa e chega na véspera de uma visita oficial do mandatário Emmanuel Macron a Roma, onde ele deve discutir a crise migratória com seu homólogo Sergio Mattarella e com o primeiro-ministro Giuseppe Conte.   

Segundo essas fontes, a França pretende criar na UE um “mecanismo estável, previsível e automático de repartição” de solicitantes de refúgio, “sem colocar em discussão o princípio do porto mais próximo”.   

Quanto aos migrantes econômicos, que atravessam o Mediterrâneo em barcos superlotados para fugir da pobreza, Paris acredita que o “verdadeiro desafio” é garantir sua “rápida repatriação” às nações de origem.   

Tratados internacionais obrigam os países a acolherem refugiados – aqueles que escapam de guerras, conflitos ou perseguições de qualquer natureza em suas nações de origem -, mas migrantes econômicos não encontram o mesmo tipo de proteção legal.   

Faltando cerca de seis meses para as eleições municipais na França, Macron vem indicando um endurecimento das políticas migratórias do país, já pensando também na possível disputa com a líder de extrema direita Marine Le Pen nas presidenciais de 2022.   

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“Os burgueses não têm problema com este fenômeno, já que nunca cruzam com os migrantes. São as classes populares que vivem ao lado deles”, disse o chefe de Estado a um grupo de parlamentares, usando um tom incomum para ele e buscando fugir do rótulo de “presidente dos ricos”.   

“Por décadas a esquerda não quis ver esse problema. As classes populares migraram para a extrema direita”, acrescentou. (ANSA)


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