"CigarroGoverno do país europeu afirma que dispositivos são porta de entrada para o hábito tabagista entre os jovens. Preocupações ambientais com dispositivos descartáveis também reforçam pedidos para banimento.O governo francês quer ampliar sua ofensiva contra o consumo de tabaco e o próximo alvo são cigarros eletrônicos descartáveis, apontados pelas autoridades de saúde do país como uma porta de entrada para hábito tabagista entre os jovens.

Em entrevista divulgada neste domingo (03/09) pela emissora RTL, a primeira-ministra, Élisabeth Borne, apontou que os cigarros eletrônicos descartáveis, ou vapers descartáveism conhecidos como “puff” na França, serão proibidos “em breve”. Ela justificou os planos afirmando que esses cigarros incutem maus hábitos aos jovens. “Pode dizer-se que não há nicotina, mas é um reflexo e um gesto ao qual os jovens de habituam. É assim que começam a fumar”.

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Com sabores doces ou frutados e embalagens em cores vivas, que remetem a pacotes de balas, estes cigarros vem atraindo principalmente adolescentes desde que chegaram ao mercado em 2021.

A primeira-ministra, que anunciou ainda a apresentação de um novo plano nacional contra o tabagismo, lamentou que o consumo tenha aumentado recentemente e insistiu que o cigarro causa “75.000 mortes por ano”, considerado por ela um número “enorme”.

Borne apontou, por outro lado, que os impostos sobre o tabaco, que aumentaram neste ano, não voltarão a subir num futuro próximo, mas sublinhou: “Isso não quer dizer que não estejamos muito atentos” ao consumo.

Em 30 de abril, um coletivo de médicos especialistas em tabagismo e defensor do meio ambiente lançou uma petição pela proibição dos cigarros eletrônicos descartáveis, que chegaram ao mercado francês em 2021, porque, além das consequências na saúde, representam um sério problema para o ambiente, já que contêm materiais plásticos e uma bateria de lítio.

Com essa decisão, a França se antecipa a um cronograma da União Europeia, que indiretamente prevê o fim da venda de cigarros eletrônicos descartáveis dentro do bloco. A partir de 2026 dispositivos eletrônicos vendidos na UE terão que contar com uma bateria substituível, na prática desestimulando a venda de equipamentos descartáveis. Já no Brasil a comercialização e importação de todos os tipos de dispositivos eletrônicos para fumar são proibidas desde 2009.

jps (Lusa, RFI, ots)