O governo francês apresentou uma série de medidas nesta quinta-feira (26), incluindo fazer com que “militares supervisionem jovens delinquentes” e sancionar os pais, em resposta aos distúrbios violentos registrados no início do verão europeu (inverno no Brasil).

A morte de Nahel, um jovem de 17 anos, baleado à queima-roupa pela polícia durante uma ‘blitz’ perto de Paris, em 27 de junho, desencadeou um surto de violência urbana cujas imagens se espalharam pelo mundo.

Durante as nove noites de distúrbios, milhares de carros foram queimados, edifícios públicos foram incendiados e lojas foram saqueadas. Segundo estimativas do governo, mais de 750 edifícios públicos e cerca de 1.000 estabelecimentos comerciais foram afetados.

A idade média das mais de 3.700 pessoas detidas até 19 de julho em toda a França devido aos tumultos era de apenas 17 anos, segundo o ministro do Interior, Gerald Darmanin.

“Propomos que os militares supervisionem os jovens delinquentes, para transmitirem a eles os valores da disciplina e de superação”, anunciou, nesta quinta-feira, a primeira-ministra francesa, Elisabeth Borne, diante de vários prefeitos, solicitando a implantação de um dispositivo já submetido a testes.

Borne defendeu, ainda, que os pais dos menores infratores também sejam responsabilizados, com “cursos de responsabilidade parental” e penas de serviço comunitário para aqueles que evitam seus deveres educativos.

“Vamos criar também uma contribuição financeira cidadã e familiar que os menores e os seus pais devem pagar às associações das vítimas”, acrescentou a primeira-ministra.

Borne quer garantir que quando um menor “causa danos, ambos os pais – separados ou não, morem ou não com o filho – sejam financeiramente responsáveis pelos danos causados”.

A chefe de Governo anunciou, ainda, “um novo plano nacional de combate aos entorpecentes”, “a matriz de todos os crimes” e “a causa de muitas violências”.

Borne indicou que o governo apoiará os municípios com “100 milhões de euros” (105 milhões de dólares ou 525 milhões de reais, na cotação atual) para a reconstrução e reparação dos edifícios afetados durante os distúrbios.

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