O governo da França proibiu nesta quarta-feira (27) oficialmente o uso da hidroxicloroquina para tratar a COVID-19 nos hospitais, depois que dois organismos responsáveis pela saúde pública no país se declararam contrários à utilização da substância.

Desde o fim de março a hidroxicloroquina, derivado da cloroquina, um medicamento de combate à malária, é utilizada, de maneira excepcional, nos hospitais franceses para tratar casos graves do novo coronavírus.

O uso em testes clínicos continua autorizado.

O presidente americano Donald Trump e o governo brasileiro de Jair Bolsonaro defenderam o uso deste medicamento para tratar a COVID-19.

Mas um amplo estudo publicado publicado na semana passada pela revista médica The Lancet destacou a ineficácia do fármaco e indicou que tomá-lo aumenta o risco de morte para os pacientes do novo coronavírus.

O governo francês decidiu proibir a hidroxicloroquina depois que o Alto Conselho de Saúde Pública desaconselhou seu uso na terça-feira, com exceção dos ensaios clínicos.

“Seja em consultas ou no hospital, esta molécula não deve ser prescrita para pacientes afetados pela COVID-19”, afirmou o ministério da Saúde, após a publicação do decreto de proibição no Diário Oficial.

A hidroxicloroquina, receitada geralmente para doenças autoimunes como o lúpus, é um dos medicamentos utilizados em testes clínicos desde o início da pandemia no planeta.

Mas após o estudo publicado na revista The Lancet, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decidiu suspender na segunda-feira temporariamente os testes clínicos com a hidroxicloroquina em vários países.