O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, disse neste domingo (23) que a França pode estar “orgulhosa” de Pierre de Coubertin, fundador dos Jogos Olímpicos modernos, apesar das críticas relativas aos seus posicionamentos de 100 anos atrás sobre as mulheres e o colonialismo.

“Os Jogos Olímpicos e o modelo esportivo que ele criou resistiram ao teste do tempo”, afirmou Bach durante uma conferência na Universidade Sorbonne, em Paris.

“Por isso a França pode estar orgulhosa de Coubertin e seu legado”, acrescentou o dirigente, diante de um auditório onde não estiveram presentes nem a ministra dos Esportes da França, Amélie Oudéa-Castéra, nem a prefeita de Paris, Anne Hidalgo.

A figura do barão foi relegada a segundo plano ao longo da preparação dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, que começam no mês que vem (26 de julho a 11 de agosto).

A personalidade de Coubertin divide opiniões e, para alguns, seus discursos são sexistas, misóginos e pró-colonialistas, enquanto outros elogiam sua ideia de conceber o esporte como promotor da paz e veem nele um visionário e humanista.

Para Thomas Bach, é preciso julgar Pierre de Coubertin sob a perspectiva dos valores predominantes no início do Século XX.

“Cada ser humano tem o direito de ser julgado unicamente no contexto de sua época. Gostaria que nosso fundador visionário fosse julgado da mesma forma”, concluiu.

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