França pede explicações à Vueling por desembarque de adolescentes judeus franceses

O ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Noël Barrot, ligou para a presidente da companhia aérea Vueling para pedir “explicações” após cerca de 50 adolescentes franceses de confissão judaica terem sido desembarcados de um avião quando retornavam de férias na Espanha.

O chefe da diplomacia francesa expressou durante sua conversa com Carolina Martinoli, presidente e diretora-geral da companhia aérea espanhola Vueling, “a profunda comoção causada pelo desembarque de um grupo de jovens judeus franceses de um avião da companhia”, afirmou seu Ministério em um comunicado neste sábado (26).

“Foram solicitadas explicações, em particular para determinar se esses compatriotas foram alvo de discriminação por motivos religiosos”, acrescentou a chancelaria.

Martinoli “assegurou que uma rigorosa investigação interna estava sendo realizada e que as conclusões dessa investigação seriam compartilhadas com as autoridades francesas e espanholas”, detalhou.

Segundo o comunicado, explicações também foram solicitadas ao embaixador da Espanha na França.

A associação Club Kineret, organizadora do acampamento, anunciou sua intenção de apresentar uma denúncia contra a empresa “por violência física, psicológica e discriminação por motivos religiosos”, afirmou na quinta-feira à AFP sua advogada, Julie Jacob.

O incidente ocorreu na tarde de quarta-feira, quando o grupo de adolescentes, que havia passado duas semanas na Espanha, se preparava para decolar do aeroporto de Valência, no sudeste, com destino a Paris-Orly.

Em um comunicado publicado na quinta-feira, a companhia espanhola acusou os jovens de “comportamento inadequado e uma atitude altamente conflitiva, colocando em risco o correto desenvolvimento do voo”.

Por outro lado, o organizador do acampamento afirmou que o grupo foi desembarcado “sem motivo válido”.

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