A França não tem mais interesse em “falar com altos funcionários russos”, declarou, nesta segunda-feira (8), o ministro francês de Relações Exteriores após um telefonema na quarta-feira entre os ministros da Defesa sobre a luta antiterrorista, que deu origem a comunicados bastante divergentes.

“Não temos mais interesse em falar com altos funcionários russos, pois os comunicados que saem, os relatórios, são mentirosos”, declarou o chanceler francês, Stéphane Séjourné, aos veículos France24 e RFI em Abidjã, onde o ministro conclui um giro pela África.

Após uma conversa na quarta-feira entre os ministros da Defesa francês, Sébastien Lecornu, e russo, Sergei Shoigu, que teve como objetivo transmitir “informações úteis” aos russos sobre o atentado de Moscou, o presidente francês, Emmanuel Macron, denunciou no dia seguinte “comentários exagerados e ameaçadores” dos russos.

Em seu relatório sobre a conversa, a Rússia disse que “espera” que os serviços secretos franceses não estejam envolvidos nesse atentado em Moscou em 22 de março que causou 144 mortos, uma declaração desmentida pelo governo francês.

Antes de poder falar com os russos “talvez seja necessário estabelecer primeiro a confiança”, disse Séjourné.

Macron justificou a conversa entre os ministros francês e russo, a primeira desde outubro de 2022, afirmando que a França tinha “informações úteis” para transmitir “sobre a origem e a organização desse atentado”.

O ataque foi reivindicado pelo Estado Islâmico (EI), mas que a Rússia atribui a uma trama relacionada à Ucrânia, onde Moscou lançou uma invasão em fevereiro de 2022.

mdr-dab/cls/eg/an/dd/am