O fim da crise entre a França e os Estados Unidos, devido a um contrato bilionário de submarinos, levará “tempo” e exigirá “ações”, disse o chefe da diplomacia francesa, Jean-Yves Le Drian, a seu homólogo americano, Antony Blinken, nesta quinta-feira (23) durante uma reunião bilateral em Nova York.

O ministro francês lembrou que um “primeiro passo” foi dado durante a conversa por telefone dos dois presidentes, Joe Biden e Emmanuel Macron, na quarta-feira, mas ressaltou que “o fim da crise (…) levará tempo e exigirá ações”, segundo um comunicado de sua pasta.

Na ocasião, os presidentes tentaram reconstruir uma confiança altamente abalada após o anúncio de uma aliança estratégica entre os Estados Unidos, a Austrália e o Reino Unido, que resultou no cancelamento de um megacontrato de submarinos franceses com Canberra.

Ambos os líderes concordaram que “consultas abertas entre aliados” teriam “evitado essa situação”.

O encontro entre Le Drian e Blinken, que aconteceu na missão diplomática francesa junto à ONU, no 44º andar de um edifício em Nova York, durou cerca de uma hora e foi realizado com grande discrição, longe de microfones e câmeras.

Le Drian “concordou em manter contato próximo com Antony Blinken” para “restaurar a confiança”, acrescentou o comunicado francês sem maiores detalhes.

Em particular, Le Drian se mostrou nos últimos meses elogioso a seu colega, um americano francófilo, que viveu na França quando era adolescente e fala fluentemente o francês.

Depois de dirigir duras palavras aos Estados Unidos, o chanceler francês havia rejeitado no início da semana qualquer reunião bilateral com Blinken à margem da Assembleia Geral da ONU, da qual ambas as autoridades participam esta semana em Nova York.