A Justiça francesa condenou, nesta terça-feira (17), o ex-primeiro-ministro conservador François Fillon a quatro anos de prisão com suspensão condicional da pena por contratar falsamente sua esposa, Penélope, como assistente parlamentar quando era deputado.
A decisão ocorre dias após a França ter retirado a Legião de Honra, a mais alta condecoração oficial do país, do ex-presidente conservador Nicolas Sarkozy por uma condenação por corrupção.
O ex-primeiro-ministro de Sarkozy, de 2007 a 2012, foi condenado a quatro anos de prisão com suspensão da pena, a uma multa de 375 mil euros (R$ 2,39 milhões) e a uma proibição de exercer o cargo por cinco anos, segundo a decisão.
Um tribunal havia anulado parte de uma sentença anterior, considerando que os juízes não justificaram adequadamente a pena de um ano de prisão imposta em 2022. A nova sentença agora é menos severa para Fillon, de 71 anos.
“É um veredicto que, depois de alguns anos, volta a colocar este caso em seu lugar. Não há pena de prisão estrita, nem pulseira eletrônica, François Fillon é um homem livre”, reagiu seu advogado, Antonin Lévy.
O escândalo remonta a janeiro de 2017, quando o semanário Le Canard enchaîné revelou o escândalo “Penelopegate” em plena campanha eleitoral presidencial daquele ano, o que levou à abertura de uma investigação.
Fillon, até então um dos favoritos nas pesquisas por sua integridade, foi indiciado seis semanas antes do primeiro turno e não conseguiu chegar ao segundo. Acabou se aposentando da política.
A contratação fraudulenta de assistentes parlamentares abalou a vida de vários partidos franceses nos últimos anos.
Em março, a Justiça condenou a líder de extrema direita Marine Le Pen a cinco anos de inabilitação imediata e dois anos de prisão, o que, por enquanto, a impede de concorrer à presidência em 2027, apesar de ter apresentado um recurso.
alv-tjc/avl/jc/aa