O ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot, condenou o “inadmissível” bombardeio israelense que atingiu, nesta quinta-feira (17), a única igreja católica na Faixa de Gaza, que está “sob a proteção histórica da França”.
Duas pessoas morreram e várias ficaram feridas, incluindo o pároco argentino Gabriel Romanelli, no bombardeio às instalações da igreja da Sagrada Família na Cidade de Gaza, segundo o Patriarcado Latino de Jerusalém e a Defesa Civil do território palestino.
“Expressei ao patriarca latino de Jerusalém a emoção e a solidariedade de nosso país. Estes ataques são intoleráveis, é hora de parar o massacre em Gaza”, escreveu Barrot na rede social X.
Segundo a Chancelaria francesa, em uma resposta escrita ao senador em 2014, a “França protege comunidades religiosas em Israel e Palestina”.
“Este papel é o legado de uma longa história que remonta às capitulações firmadas por Francisco I com o sultão Suleiman, o Magnífico, em 1535”, explicou o Ministério das Relações Exteriores na época.
Desde a década de 1920, a França não tem mais um “papel jurídico na proteção dos cristãos católicos no Oriente”, de acordo com o ministério.
Mas “as autoridades israelenses e palestinas” reconhecem “os acordos firmados entre a França e o Império Otomano” em 1901 e 1913, que garantiram a Paris “uma proteção das comunidades religiosas católicas na Terra Santa” e que “continuam em vigor”, acrescentou.
A população de Gaza é predominantemente muçulmana, com apenas mil cristãos, a maioria deles ortodoxa e, de acordo com o Patriarcado Latino de Jerusalém, o território palestino tem 135 católicos.
Desde o início da guerra, em outubro de 2023, membros da comunidade católica se abrigam no templo, assim como alguns cristãos ortodoxos, a quem o falecido papa Francisco costumava telefonar.
Israel afirmou que “nunca ataca” locais de culto na Faixa de Gaza e disse que seu Exército estava investigando o ocorrido.
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