A França pode anunciar nesta quarta-feira (28) o retorno do confinamento geral, que seria menos estrito que na primavera (hemisfério norte), diante da segunda onda da pandemia de covid-19, que provocou quase 300 mortes em hospitais na terça-feira.

O presidente francês Emmanuel Macron anunciará às 20H00 (16H00 de Brasília) novas medidas, que se antecipam “impopulares”, de acordo com fontes ministeriais.

O líder do partido governamental LREM, Stanislas Guérini, justificou de maneira antecipada o provável retorno do confinamento.

“Necessitamos de medidas fortes, medidas potentes, compreensíveis para todos os franceses, nacionais provavelmente”, afirmou ao canal France 2.

Na terça-feira, mais de 2.900 pacientes de covid-19 estavam internados em Centros de Terapia Intensiva (CTI), o que representa metade da capacidade atual (5.800 leitos) do país nestas unidades.

O site oficial do governo informa 288 mortes nos hospitais na terça-feira para as últimas 24 horas, e 235 em casas de repouso para idosos nos últimos quatro dias, o que eleva o balanço a 35.541 vítimas fatais na França desde o início da pandemia.

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Nos piores momentos da primeira onda, em abril, o país registrou mais de 700 óbitos em alguns dias, considerando hospitais e casas de repouso.

Para Philippe Juvin, diretor da emergência do hospital parisiense Goerges-Pompidou, um novo confinamento é inevitável.

“Temos que tomar (esta medida), certamente”, afirmou à rádio RTL.

“Estamos diante de uma curva que sobe muito rápido (de 30 a 50.000 novos casos por dia) e temos que adotar medidas agora porque podem ser tomadas muito tarde se esperarmos, por exemplo, oito dias”, completou, antes de apontar o “risco de colapso do sistema de saúde”.

O presidente da Federação de Hospitais da França, Frédéric Valletoux, destacou que o toque de recolher de 21H00 às 6H00 imposto para 46 milhões de franceses “não deu os resultados esperados”.

O novo confinamento pode ser menos estrito que o da primavera: as escolas permaneceriam abertas, assim como os serviços públicos e comércios essenciais.

“Deve responder ao objetivo de limitar os contatos físicos, mas ao mesmo tempo a economia e também a sociedade devem seguir funcionando”, declarou Philippe Juvin, que pediu ao país para encontrar um “bom nível de equilíbrio”.


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