O governo francês ordenou o bloqueio do acesso aos estandes de cinco fabricantes israelenses de armamentos que exibem “armas ofensivas” durante uma importante feira aeroespacial ao norte de Paris, informaram várias fontes nesta segunda-feira.
A abertura da atual edição do Salão Internacional de Aeronáutica e Espaço de Paris-Le Bourget acontece em um momento de pressão sobre Israel para que interrompa os bombardeios na Faixa de Gaza.
Os estandes da Israel Aerospace Industries (IAI), Rafael, Uvision, Elbit e Aeronautics amanheceram cobertos por lonas pretas que impediam seu acesso, segundo jornalistas da AFP.
O governo israelense denunciou em um comunicado “uma decisão escandalosa e sem precedentes” que cria uma “segregação” contra os expositores israelenses.
“As empresas israelenses assinaram contratos com os organizadores, pagaram (…) É como criar um gueto israelense”, denunciou o presidente israelense, Isaac Herzog, ao canal francês LCI.
Segundo uma fonte francesa que acompanha o caso, os estandes foram fechados porque exibiam armas, como as que podem ser utilizadas em Gaza, em violação ao acordo assinado com as autoridades israelenses.
Nove expositores procedentes de Israel, um dos países líderes em capacidades militares avançadas no setor aeroespacial, estão presentes no Salão.
A presença das empresas israelenses, em plena guerra em Gaza em represália ao ataque do movimento islamista palestino Hamas em 7 de outubro de 2023, foi muito criticada e objeto de ações legais.
A Justiça francesa rejeitou na semana passada o pedido de associações que solicitavam a proibição das empresas israelenses no evento em nome do risco de perpetuação de “crimes internacionais”.
A feira, também conhecida como Paris Air Show, foi inaugurada nesta segunda-feira, com mais de 2.400 empresas de 48 países exibindo sua tecnologia.
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