A França anunciou, nesta quinta-feira (6), a instalação de 35 novos centros de processamento de dados às vésperas de uma cúpula global sobre inteligência artificial.
Entre os líderes já confirmados para a cúpula na segunda e terça-feira estão o vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, o vice-primeiro-ministro chinês, Zhang Guoqing, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen e o chefe de governo alemão, Olaf Scholz.
O presidente francês, Emmanuel Macron, foi o co-anfitrião do evento com a Índia, após duas edições anteriores no Reino Unido e na Coreia do Sul.
Antes do início dos debates, o governo francês anunciou que tem 35 locais prontos para instalar centros de processamento de dados para impulsionar a IA, em meio a uma batalha entre gigantes pelo desenvolvimento dessa tecnologia.
Nesta quinta-feira, Macron deve receber o presidente dos Emirados Árabes Unidos, Mohamed Bin Zayed Al Nahyan.
Embora o evento de Paris seja apresentado como um evento com debates científicos e culturais, aberto ao público, ele também é um sinal da preocupação europeia com a rápida evolução do setor, principalmente nos Estados Unidos e na China.
A IA está revolucionando as economias dos países mais desenvolvidos, mas especialistas discordam sobre se ela algum dia superará a inteligência humana.
Buscar uma super IA que consiga resolver todos os problemas é “uma bobagem”, segundo um dos seus principais pesquisadores, o americano Michael Jordan.
Este especialista é um dos líderes do setor que participará dos debates antes da cúpula nestas quinta e sexta-feira. Essas sessões científicas serão seguidas de debates sobre o impacto na cultura durante o fim de semana.
Jordan, professor de ciência da computação na Universidade da Califórnia, em Berkeley, posicionou-se contra figuras da indústria como Sam Altman, chefe da OpenAI, e Dario Amodei, da Anthropic, que acreditam que a inteligência artificial geral (AGI) está a apenas alguns anos de distância.
A AGI é o cobiçado “Santo Graal” da pesquisa em IA que supostamente superará os humanos em todos os campos.
“Essa super AGI que pode responder a qualquer pergunta, sabe tudo… isso é uma bobagem”, disse Jordan, especialista em aprendizado de máquina e estatística, durante um debate nos arredores de Paris.
A IA “não pode saber tudo, porque o que estou pensando agora é o contexto do que farei em seguida, hoje. Ela não pode saber disso”, ele acrescentou.
“E se você não sabe, não pode me dar bons conselhos”, concluiu.
A cúpula de líderes está preparando uma nova declaração sobre IA, semelhante aos comunicados do último ano do G7 ou do G20 (países emergentes).
A América Latina realizou uma reunião ministerial em agosto de 2024 em Cartagena das Índias (Colômbia).
Do lado dos negócios, o proprietário da X e da Tesla, Elon Musk, ainda não confirmou sua presença, assim como Liang Wengfeng, fundador da start-up chinesa DeepSeek, que surpreendeu o mundo na semana passada com seu modelo R1 de baixo consumo de energia, mas de alto desempenho.
O mundo da IA está se desenvolvendo aos trancos e barrancos e, no último mês, o setor foi abalado primeiro pelo anúncio nos EUA de um investimento de US$ 500 bilhões em novos centros de processamento de dados e, depois, pelo surgimento da DeepSeek.
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