O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou, nesta sexta-feira (15), que os militares que tomaram o poder no Níger em julho mantêm como “refém” o embaixador francês, Sylvain Itté, que se alimenta apenas de “rações militares”.

“No Níger (…), temos um embaixador e membros diplomáticos que são literalmente feitos de reféns na embaixada francesa”, denunciou Macron, durante uma visita a Semur-en-Auxois (centro-leste).

“A entrega de alimentos está sendo impedida. Ele está comendo rações militares”, disse o chefe de Estado, segundo o qual o embaixador Itté “não tem possibilidade de sair”.

Apesar das declarações de Macron, a ministra francesa das Relações Exteriores, Catherine Colonna, disse que Sylvain Itté “está trabalhando” e continuará em seu cargo enquanto o presidente Macron assim desejar.

As relações entre Paris e Niamei são tensas. A França considera o deposto Mohamed Bazoum, cativo da junta militar no poder, como presidente legítimo do país e rejeita as reivindicações dos golpistas.

O novo poder exige a saída do embaixador francês, declarado “persona non grata”, e denunciou os acordos militares com a França, que tem no país 1.500 militares estacionados em um dispositivo de combate aos jihadistas.

Questionado sobre uma possível repatriação do embaixador, o presidente garantiu: “Farei o que concordar o presidente Bazoum, porque ele é a autoridade legítima e falo com ele todos os dias”.

Antes do golpe de 26 de julho, este país da África Ocidental e antiga colônia francesa era um dos seus últimos aliados no Sahel.

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