A França anunciou nesta segunda-feira a abertura dos arquivos do julgamento de Klaus Barbie, 30 anos depois da condenação deste ex-chefe da Gestapo em Lyon durante a Segunda Guerra Mundial.

Essa decisão deve “permitir avançar no conhecimento deste famoso e emblemático julgamento”, “continuar favorecendo o trabalho de memória” e “lutar contra o revisionismo e o esquecimento”, segundo um comunicado do governo francês.

O “carniceiro de Lyon” foi declarado culpado por 17 crimes contra a humanidade por um tribunal penal. Seu julgamento foi um dos poucos filmados para os arquivos judiciais.

Klaus Barbie foi o primeiro julgado por crimes contra a humanidade na França, entre 11 de maio e 3 de julho de 1987. Ficou foragido durante 40 anos, e a Bolívia o extraditou em 1983.

Foi julgado aos 73 anos pela prisão de 86 judeus na sede da União Geral de Israelenses da França, em 1943, em Lyon; pela detenção de 44 crianças judias e de sete supervisores na colônia de Izeu em abril de 1944; e pela organização de um comboio de Lyon a Auschwitz em 11 de agosto de 1944.

O ex-nazista deixou o banco dos réus no terceiro dia de audiência, ao considerar que a sua extradição da Bolívia foi ilegal.

Foi condenado em 1987 à prisão perpétua e morreu na cadeia quatro anos depois, aos 77 anos.