ROMA, 14 DEZ (ANSA) – Por Ida Bini – A partir do dia 3 de janeiro, a embaixada da França na Santa Sé, localizada na “Villa Bonaparte”, abrirá suas portas para visitas guiadas para moradores e turistas. O local é repleto de salas ricamente ornadas e jardins, que estarão acessíveis a todos.
“Abrir a embaixada aos cidadãos é um gesto politicamente importante, que une e que permite a todos descobrir um lugar repleto de cultura, arte e história de muita relevância”, afirma a embaixadora francesa Florence Mangin.
As visitas guiadas estão disponíveis em italiano e francês todas as terças e quintas-feiras, das 10h30 às 11h30 (hora local). Os ingressos são vendidos no site da Embaixada francesa ao preço de 15 euros. Também é possível agendar visitas privadas por meio de um e-mail Restaurada em 2018, a suntuosa residência tem um pórtico com seis colunas dóricas e que fica em frente a belíssimos jardins, muitos reformados durante os últimos anos.
Já na parte interna, será possível visitar o grande salão no “andar nobre”, repleto de pinturas com tema mitológico; a sala egípcia, decorada lembrando as campanhas militares de Napoleão Bonaporte no país africano; a capela com estuques feitos no século 18; o salão de jantar, que conta com quadros pintados no século 17 e que provém da coleção do Museu do Louvre; e a varanda com pisos do século 18 e caracterizada por uma decoração que destaca o jardim que a rodeia.
A residência foi construída em 1750 dentro da Muralha Aureliana, entre Porta Pia e Porta Salaria, por ordem do cardeal italiano Silvio Valenti Gonzaga, secretário de Estado do então Papa Bento 14 (1675-1758).
Na época, era uma casa de campo das mais refinadas de Roma, com obras de arte famosas e frequentada por importantes personagens da cultura artística e científica da época.
Após a morte do cardeal, a “villa” foi comprada pela família Sciarra Colonna e, sucessivamente, em 1816, passou para Paolina Bonaparte, irmã de Napoleão e esposa do príncipe Camillo Borghese.
Por vontade de Paolina, foi feita uma grande restauração e reforma, com a renovação da decoração interna seguindo o estilo imperial que é visto hoje. Tal qual na época do cardeal, a irmã de Napoleão também gostava de receber grandes nomes da época e os artistas da moda.
Durante uma viagem a Roma em 1820, a escritora irlandesa Lady Sydney Morgan afirmou que “de todas as residências que a família Borghese possui, uma apenas oferece o fascínio inglês, a elegância francesa e o gosto italiano conjugados de maneira mais feliz: a Villa Paolina Bonaparte”.
Com a morte da proprietária, em 1825, a residência passou para os netos, mas em 1870 sofreu grandes danos durante a tomada de Roma. Quando as tropas do Reino da Itália abriram a “Breccia di Porta Pia”, em 20 de setembro daquele ano, entraram justamente pelos jardins da Villa Bonaparte.
A casa ficou com os descendentes de Paolina até 1906, quando foi vendida pela família ao governo da Prússia. Em 1908, os prussianos colocaram a sua própria “embaixada” na Santa Sé ali, em uso que foi repetido ao longo dos anos.
Entre 1920 e 1944, o local foi a sede diplomática da Alemanha e, em 1945, a França comprou a propriedade para estabelecer sua representação na Santa Sé a partir de 1950. (ANSA).