Grupos de mídia, incluindo a Fox News, se uniram à batalha legal da CNN nesta quarta-feira (14) para restaurar o acesso à Casa Branca a um repórter que teve a credencial cassada, enquanto o governo argumentou ter direito a permitir ou negar acesso da imprensa ao presidente americano.

A Fox, controlada pelo aliado de Trump, Rupert Murdoch, e muitas vezes elogiada pelo presidente, anunciou que a revogação da credencial de Jim Acosta – depois de repetidas discussões com o líder dos Estados Unidos – gera preocupações sobre a liberdade de imprensa.

“A Fox News apoia a CNN em seu esforço legal para recuperar a credencial de imprensa de seu repórter na Casa Branca”, disse o presidente do canal de notícias, Jay Wallace, em um comunicado divulgado horas antes de uma audiência em um tribunal federal.

“Embora não toleremos o crescente antagonismo entre o presidente e a imprensa, apoiamos uma mídia livre, com acesso e abertura ao povo americano”, acrescentou.

Outros grupos de mídia também apoiaram os argumentos da CNN no tribunal, incluindo Associated Press, Bloomberg, First Look Media Works, Gannett, National Press Club Journalism Institute, NBC News, The New York Times, Politico, Press Freedom Defense Fund, EW Scripps Company, USA Today e The Washington Post.

“Se as notícias do dia dizem respeito à segurança nacional, à economia ou ao meio ambiente, os repórteres que cobrem a Casa Branca devem permanecer livres para fazer perguntas”, disseram os grupos de mídia em um comunicado conjunto.

“É imperativo que os jornalistas independentes tenham acesso ao presidente e às suas atividades, e que os jornalistas não sejam barrados por razões arbitrárias”.

A Casa Branca declarou em um documento legal que tem “amplas faculdades” para restringir o acesso da mídia ao presidente, contestando o argumento de que suas ações violam as proteções da Primeira Emenda à Constituição para uma imprensa livre.

“O presidente e a Casa Branca possuem a mesma faculdade para regular o acesso à Casa Branca para jornalistas (e outros membros do público) que têm para selecionar quais jornalistas farão entrevistas, ou quais jornalistas reconhecem em coletivas de imprensa”, segundo um texto divulgado antes da audiência, às 15h30 locais (18h30 de Brasília).

A ação apresentada pelos advogados do Departamento de Justiça argumenta que “o presidente poderia optar por não realizar mais coletiva de imprensa e cancelar todos os acessos de imprensa vigentes, sem implicar as proteções do devido processo”.

A CNN entrou com uma ação para restaurar o credenciamento de Acosta, seu principal repórter da Casa Branca, que foi barrado após uma discussão com Trump em uma coletiva de imprensa na Casa Branca.