São Paulo, 10/11 – A produção de cacau do Pará em 2016, com a safra encerrada em outubro, deve atingir 115 mil toneladas, afirmou nesta quinta-feira, 10, o secretário da Agricultura paraense, Hildegardo Nunes. “A nossa produtividade já está acima de 900 quilos por hectare”, afirmou, durante palestra no evento sobre a cultura no Fóruns Estadão, realizado pela manhã em São Paulo. “A indústria reluta em reconhecer os dados da produção, porque tem interesse na importação, inclusive no regime de draw back (importação para posterior exportação com maior valor agregado)”, disse ele ao Broadcast Agro, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado. Segundo ele, se não fossem os problemas climáticos recentes da Bahia, o País estaria hoje autossuficiente. A perspectiva dele para a safra 2017 do Pará é entre 120 mil e 125 mil toneladas. Para Nunes, o cacau é uma cultura estratégica para o desenvolvimento da economia do Brasil. “Precisa tirar da literatura e colocar na prática. Ele perdeu importância significativa no cenário econômico do País e isso precisa ser retomado”, disse. No Pará, a produção cacaueira faz parte do “Plano Pará 2030”. A estratégia reúne 14 cadeias produtivas que têm a meta de elevar o Produto Interno Bruto (PIB) per capita do Estado à média da renda brasileira até 2030. Atualmente, a renda per capita no Pará está na metade da renda média do País, segundo Nunes. Segundo o secretário, a oferta de cacau no Estado está crescendo entre 10% e 11% ao ano desde 2011, quando a safra do Estado foi de 60 mil toneladas. “Até 2023, podemos atingir 240 mil t de amêndoa seca”, disse. Ele aposta no potencial do Brasil como um exportador de cacau, mas ressaltou que é necessário haver igualdade de produção entre os países, citando as condições trabalhistas dos países africanos, sem entrar, porém, em detalhes. Ele abordou ainda os trabalhos de integração lavoura-pecuária e floresta (ILPF). “Serviços ambientais prestados dentro da cultura do cacau podem elevar a rentabilidade da cultura”, disse.