São Paulo, 10/11 – A eleição de Donald Trump para a Presidência dos Estados Unidos precisa ser analisada friamente para evitar julgamentos precipitados sobre seus efeitos sobre o agronegócio, apontou o presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Luiz Carlos Corrêa Carvalho, em entrevista ao antes do evento Fórum Estadão – A Importância do Cacau para o Agronegócio. “Se analisarmos todo o período Obama, para o Brasil de fato não aconteceu nada”, apontou Carvalho. “A única coisa mais efetiva foi a ratificação da COP 21, que é um primeiro ponto que eu não sei se o novo presidente faria.” Carvalho assinalou ainda que nem sempre o que é dito na campanha significa a realidade do futuro governo, se referindo às declarações de Trump sobre proteção da economia norte-americana. “Mas é um discurso que, de alguma forma, se relacionava com uma nova realidade que a gente está vivendo, que é o protecionismo. A preocupação maior é que, se ele abraçar uma causa dessas, ele carrega com ele a liderança dos EUA, que tem uma posição importante no mundo. E é óbvio que não é positivo para o Brasil”, assinalou. “Mas eu não posso adiantar nada ou imaginar que isso é real. É um receio, mas eu acho que a gente tem de esperar.” Sobre o fórum, o presidente da Abag ressaltou que a associação tem tentado resgatar commodities importantes para a história econômica brasileira e que ainda são relevantes para o agronegócio no mundo. Ele destacou a liderança da África no setor de cacau e assinalou que é preciso atrair investimento externo para recuperar a produção brasileira. “O Brasil passou de exportador para importador e segue importador”, apontou. “O cacau tem uma geração de empregos muito boa, potencial de renda positivo para o agricultor e uma cadeia produtiva interessante. Tem um mercado interno e externo excepcional.”