Enquanto o ministro da Economia, Paulo Guedes, enriquece longe da mira do fisco brasileiro, o Brasil bate a casa dos 14 milhões desempregados. Guedes é dono de uma fortuna de mais de R$ 51 milhões aplicados em uma conta nas Ilhas Virgens Britânicas, um famoso paraíso fiscal, segundo reportagem feita por um consórcio de veículos de imprensa. O caso foi apelidado de “Pandora Papers“.

A notícia gera revolta. Além de a legislação proibir servidores do alto escalão de manter qualquer tipo de aplicação financeira, Guedes fica milionário, dia após dia, diante de um país destruído economicamente, onde o preço de alimentos básicos disparou, acima até dos valores abusivos dos combustíveis.

Milhões estão sem trabalho, outros tantos sem ter sequer dinheiro para comer, segundo revela estudos que mostram que o número de brasileiros vivendo abaixo da linha da miséria aumentou em 2021.

O contraste desses retratos é o que causa toda a revolta. Não haveria nada de errado em Guedes ter contas no exterior, desde que ele não fosse um ministro. A legislação proíbe que servidores de alto escalão mantenham qualquer tipo de aplicação financeira no exterior.

O que torna a notícia uma espécie de soco na boca do estômago é o fato de o ministro estar nadando no dinheiro, livre dos impostos do País, que todos são obrigados a pagar, ao passo que milhões de pessoas estão sem trabalho, sem renda e ainda sofrendo com a dolorosa ressaca da pandemia. Diante desse embaraço todo e da saia justa na qual foi posto, o mínimo que Guedes deveria fazer era pedir desculpas e sair de fininho.