Fórmula 1: Wolff defende Vasseur na Ferrari: ‘Um dos melhores gerentes de corrida que conheço’

A vida dos chefes de equipe na atual temporada da Fórmula 1 não parece nada fácil. Depois da demissão de Christian Horner na Red Bull Racing, agora quem vem recebendo duras críticas e cobranças é Fred Vasseur, na Ferrari. Nesta sexta-feira, o engenheiro francês que comanda a equipe italiana ganhou respaldo de Toto Wolff, da Mercedes, após notícias de que a escuderia estaria estudando contratar um supervisor para ele. “Fred é um dos melhores gerentes de corrida que conheço”

Depois de contratar o heptacampeão do mundo Lewis Hamilton para ser companheiro de Charles Leclerc, a expectativa na Itália é de que a escuderia fosse brigar ponto a ponto pelo título da temporada. Mas a situação não é das melhores, com o monegasco em quinto no Mundial de Pilotos, com 119 pontos, diante de 103 do inglês, logo a seguir na classificação. Oscar Piastri, da McLaren, lidera com 234, diante de 226 de seu companheiro, Lando Norris.

As críticas cresceram bastante sobre Vasseur antes do GP do Canadá – já ocorreram provas na Áustria e em Silverstone depois das primeiras cobranças. O chefe da Ferrari definiu a especulação como “desrespeitosa” e ganhou apoio de Lewis Hamilton. Agora, é Wolff quem dá respaldo ao francês.

“Liderança em uma equipe de Fórmula 1 precisa ter tempo. Mas parece ser uma espécie de porta giratória com as equipes em geral”, avaliou Wolff ao ser questionado sobre a importância da estabilidade nas equipes. “Acho que na Fórmula 1 não se pode comprar tempo, e é preciso dar tempo à alta liderança para assumir o controle das coisas”, disse.

Wolff usou justamente um chefão da Ferrari para falar sobre a pressão em Vasseur como algo equivocado e precoce. “Hoje falamos sobre Jean Todt. Jean Todt, se não me engano, entrou para a equipe Ferrari em 1993 e eles ganharam o primeiro campeonato em 2000. 93, 94, 95, 96, 97, 98, 99, 2000. Oito anos. É assim que acontece, e acontece em ciclos”, explicou.

“Olhem para nós (equipe Mercedes). Não estou gostando de estar numa fase em que já é o terceiro ano consecutivo que não lutamos por um campeonato. Não somos inúteis. Temos fins de semana muito bons. Estamos vencendo corridas. Às vezes, é desrespeitoso”, seguiu Wolff. “E quando não está bom, ninguém questiona se o cara do topo está fazendo um bom trabalho ou não. Deixem-no ter espaço. Deixem-no fazer as coisas. Eles precisam simplesmente deixá-lo fazer (as coisas).”

Wolff continuou seus elogios às características e habilidades de gestão de Vasseur. “Fred é um dos melhores gerentes de corrida que conheço”, afirmou. “Se eu não estivesse aqui, escolheria o Fred. Então, eu o respeito muito. Ele tem uma ótima personalidade, é um cara direto. Não faz política nem mente, sabe do que está falando.”

A paixão dos torcedores italianos da Ferrari cobra a volta dos títulos. E isso é que talvez pese contra Vasseur em momento delicado da escuderia, mesmo na segunda colocação geral do Mundial de Equipes.

“Ele só precisa de confiança para comandar. Ele tem plena consciência de que, na Itália, é como comandar a seleção nacional de futebol. Talvez seja preciso criar um pouco mais de resistência, porque se ele ganhar, ele é Jesus Cristo, caso não, será um perdedor. É assim que a Itália é. Essa é a paixão que existe. Você tem que abraçar isso. Talvez seja algo que ele precise aprender. Mas, de resto, ele precisa ter confiança para comandar este time. Eles não vão conseguir ninguém melhor.”