Trabalho coletivo, cumplicidade e muita comunicação para manter a organização tática da equipe. Para Formiga, esses são os fatores que podem ajudar a Seleção Brasileira feminina no próximo desafio nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. A equipe vai enfrentar o time da Holanda, considerado o “adversário mais difícil” do Brasil pela técnica Pia Sundhage.

“Sabemos da potência que a Holanda tem do meio para a frente. O que a Pia sempre nos pede é para manter essa compactação e é o que vamos fazer. Fugimos um pouco desse padrão no jogo contra a China e a partida com a Holanda será totalmente diferente. Precisamos realmente estar bem compactadas e a comunicação acho que vai nos ajudar bastante, da goleira para a zagueira, da zagueira para o meio campo e do meio para as atacantes”, destacou Formiga.

“Devemos aproveitar que a zaga delas não é tão rápida e explorar o contra-ataque. Se conseguirmos roubar a bola e já fazer essa transição direta para o ataque, com bola no chão, acho que levamos vantagem. A qualidade do meio campo delas é impressionante, mas acredito que fazendo esse trabalho em conjunto, com a linha de quatro no meio campo, isso vai ajudar bastante para que a gente não sofra tanto lá atrás”, analisou Formiga.

Na batalha pela medalha de ouro, é fundamental manter a confiança, mas sem euforia. Recordista em participações olímpicas, com sete edições no currículo, Formiga elogiou a postura das jogadoras mais jovens após a goleada contra a China.

“As meninas, de uma certa forma, já têm sua experiência. Elas sabem que demos só o primeiro passo, subimos apenas o primeiro degrau e temos muitas pedreiras pela frente, como a potência da Holanda já no próximo jogo. Sabemos que não será nada fácil, então o que passou, passou, já está lá atrás. Agora, é foco total na Holanda. Que a gente possa fazer um excelente jogo e conseguir a segunda vitória para dar mais confiança ao grupo na busca pela medalha de ouro”, torceu, ponderando que as lições permanecem na memória.

“É com treino, vídeos e conversa entre os setores que vamos consertar os espaços que acabamos dando contra a China. Acho super importante a gente ter esse feedback da comissão técnica e a consciência de que precisamos melhorar em algumas coisas, eliminar esse tipo de situação no jogo porque, numa falha dessa podemos nos prejudicar”, alertou.

A experiência de quem está na sétima participação em Olimpíadas conta muito dentro e fora dos gramados. Formiga se vê mais preparada do que nunca para liderar a equipe e auxiliar a tomar os melhores rumos.

“Quero levar para o Brasil a medalha de ouro. Nesse momento, me vejo mais madura, um pouco mais paciente em algumas situações para ajudar o grupo a tomar as decisões corretas dentro de campo. Por ser minha última, e ter vivido tantas, acho que consigo ajudar a equipe nesse aspecto para que a gente possa avançar fase a fase”, disse ela, que já tem planos para os próximos passos na carreira.

“A primeira coisa que penso, que acho que as pessoas devem pensar, é: tenho 43 anos, já na sétima Olimpíada, no nível que estou… talvez as pessoas achem que isso é anormal, ter a capacidade de atingir esse nível com a minha idade, numa competição tão forte. Meu desejo após parar de jogar é fazer cursos, me tornar treinadora e caso sobre um espaço, vou para o lado da gestão esportiva também. O que não posso, com certeza, é ficar longe do futebol”, garantiu.

FICHA TÉCNICA

Holanda x Brasil
Jogos Olímpicos de Tóquio
Grupo F – 2ª rodada

Data e horário: 24/07/2021, às 8h (de Brasília; 20h no horário local)
​Local: Miyagi Stadium, em Miyagi (JAP)
Transmissão: TV Globo, SporTV e BandSports.

PROVÁVEIS TIMES

HOLANDA (Técnica: Sarina Wiegman)
Van Veenendaal; Van Dongen, Nouwen, Van der Gragt e Bloodworth; Groenen, Van de Donk e Roord; Martens, Miedema e Van de Sanden.

BRASIL (Técnica: Pia Sundhage)
Bárbara; Bruna Benites, Érika, Rafaelle e Tamires; Duda, Júlia e Formiga; Marta, Debinha e Bia Zaneratto.