Por Ben Klayman e Paul Lienert

DETROIT, EUA (Reuters) – A Ford divulgou resultados trimestrais mais fortes do que o esperado nesta quarta-feira e manteve a projeção de lucro para 2022, com fortes preços de veículos compensando custos maiores.

O diretor financeiro da montadora, John Lawler, chamou o desempenho do trimestre de “misto”, dizendo que as restrições de chips afetaram fortemente a empresa, especialmente nos veículos mais lucrativos – a picape F-Series e os SUVs Expedition e Navigator.

“A capacidade deste negócio é muito mais forte do que conseguimos fornecer no trimestre e isso se deve às restrições”, disse Lawler durante coletiva de imprensa.

Lawler observou que os preços mais altos compensaram principalmente as pressões inflacionárias, dizendo que “a demanda por nossos produtos excedeu nossa capacidade de produzi-los”.

As entregas no atacado da Ford no trimestre caíram 9% em relação ao ano anterior, para cerca de 970 mil.

“Sabemos que à medida que avançamos ao longo do ano, podemos ver inflação adicional, ver aumento de custos em commodities, então não descartaria elevações adicionais de preços”, disse ele.

A montadora divulgou resultados acima do esperado no primeiro trimestre, com lucro ajustado antes de juros e impostos de 2,3 bilhões de dólares.

Uma redução no valor da participação da Ford na fabricante de veículos elétricos Rivian resultou em um prejuízo líquido de 3,1 bilhões de dólares.

As ações da Ford subiam 2,1% nas negociações de pós-mercado.

O lucro operacional de 0,38 dólar por ação da montadora no trimestre superou as estimativas dos analistas em 0,01 dólar. A receita de 34,5 bilhões de dólares também veio acima das projeções de 31,1 bilhões de dólares.

A Ford disse que ainda espera de 11,5 bilhões a 12,5 bilhões de dólares em lucros operacionais para o ano, apesar da guerra na Ucrânia, interrupções na cadeia de suprimentos, inflação e aumento das taxas de juros nos Estados Unidos impactarem o setor.

A empresa também afirmou esperar maior disponibilidade de semicondutores no segundo semestre e crescimento do volume no atacado de 10% a 15%.

(Por Paul Lienert e Ben Klayman)

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