O Ministério da Defesa francês reconheceu nesta sexta-feira que havia comprado cloroquina na China para ter uma reserva “por precaução”, caso esse tratamento, cuja eficácia contra o coronavírus é foco do debate no mundo, seja finalmente validado pelas autoridades de saúde.

“Em um contexto de fortes tensões no fornecimento de matérias-primas para uso farmacêutico, o Ministério da Defesa fez uma compra por precaução, se a cloroquina fosse validada pelas autoridades de saúde como útil para combater o COVID-19”, informou o ministério, após a publicação nas redes sociais de um vídeo mostrando essa entrega aos exércitos.

O francês Didier Raoult, especialista em doenças infecciosas, defende desde o início da epidemia o uso da hidroxicloroquina (derivada da cloroquina, uma droga antimalárica) para combater o novo coronavírus. Alguns médicos, governos ou políticos advogam que este medicamento seja amplamente administrado.

No entanto, grande parte da comunidade científica e das organizações de assistência à saúde exige uma validação científica rigorosa, alertando para possíveis riscos para os pacientes, especialmente os cardíacos.

Na pendência desses resultados, a França autorizou o uso de hidroxicloroquina apenas no hospital e apenas em casos graves.

Questionado sobre as compras em sua coletiva de imprensa diária sobre a crise da pandemia, o diretor-geral da Saúde, Jérôme Salomon, disse na sexta-feira “não ter que comentar as decisões do Ministério da Defesa”.