Forças apoiadas pelos EUA na Síria lançam ofensiva decisiva contra extremistas

Forças apoiadas pelos EUA na Síria lançam ofensiva decisiva contra extremistas

A aliança curdo-árabe que apoia os Estados Unidos na Síria travava neste domingo (10) “duros combates” no assalto final aos extremistas do grupo Estado Islâmico (EI), encurralados em seu último reduto no leste da Síria.

“Há duros combates neste momento. Lançamos um assalto [às posições dos jihadistas] e os combatentes estão avançando”, disse à AFP um comandante das Forças Democráticas Sírias (FDS).

As FDS prepararam durante uma semana o assalto final lançado neste fim de semana contra posições do EI na região de Deir Ezzor.

De Londres, o diretor da ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos, Rami Abdel Rahman, afirmou que as FDS estão usando apoio aéreo em sua ofensiva sobre as posições jihadistas.

Na região de Deir Ezzor, os jihadistas controlam uma zona de cerca de quatro quilômetros quadrados, entre a aldeia de Baghuz e a fronteira com o Iraque, de acordo com as FDS.

O porta-voz das FDS, Mustafa Bali, considera que o número de combatentes jihadistas pode chegar a cerca de 600, estrangeiros em sua maioria.

Desde que os combates se intensificaram, mais de 37.000 pessoas, boa parte mulheres e filhos de combatentes extremistas, abandonaram a área rumo a territórios sob controle das FDS.

Este número inclui pelo menos 3.400 pessoas interceptadas pelas FDS sob suspeita de se tratar de combatentes do EI que buscavam se infiltrar entre os deslocados para fugir do cerco. Estima-se que algumas centenas ainda estejam detidas.

O EI perdeu praticamente quase todos os seus territórios conquistados em 2014, quando proclamou um “califado” entre Síria e Iraque. A área era equivalente ao tamanho da Grã-Bretanha.

– Questão de dias –

No sábado, Bali disse que essa ofensiva final deve eliminar as últimas resistências dos jihadistas em questão de dias.

Entre os suspeitos detidos pelas FDS em sua tentativa de escapar do cerco, os estrangeiros pedem para serem enviados de volta para seus países. Os governos envolvidos não se mostram tão abertos a essa ideia.

Se não forem devolvidos para casa, esses detidos poderão enfrentar seu destino no Iraque. Lá, afirma a ONG Human Rights Watch, estarão sujeitos a “tortura e a processos injustos”.

A questão da repatriação dos detidos pelas FDS se tornou um tema sensível desde que os Estados Unidos anunciaram a retirada completa de suas tropas que atuam neste conflito.

Esse anúncio levou as forças curdas a alertarem que podem ter dificuldade para manter sob controle esses homens detidos por suspeita de serem extremistas.

Ao mesmo tempo, representantes curdos ensaiaram uma tímida aproximação política com o governo de Damasco, para se antecipar às ameaças da Turquia de avançar sobre as áreas curdas na Síria.