SÃO PAULO, 24 JUN (ANSA) – A brasileira Juliana Marins, que sofreu um acidente no entorno do vulcão Rinjani, na Indonésia, permanece à espera do resgate, enquanto os socorristas tentam retirá-la da cratera em uma operação dificultada pelas condições climáticas.
Em comunicado nas redes sociais, a direção do Parque Nacional do Monte Rinjani relatou que um helicóptero que poderia ser utilizado nas buscas não conseguiu chegar ao local por causa do clima, tendo em vista que a baixa visibilidade torna a operação perigosa. “Não é fácil e rápido como pensamos”, diz.
Juliana está no local desde a última sexta-feira (20), quando fazia uma trilha no Monte Rinjani e caiu da borda da cratera do vulcão.
De acordo com a Agência Nacional de Busca e Resgate local (Basarna), a demora em iniciar a operação de salvamento ocorreu porque as autoridades só foram informadas sobre o caso após um dos integrantes do grupo descer até um posto, em uma caminhada que levou horas.
Hoje, o parque também divulgou que a rota para chegar até o cume do vulcão foi temporariamente fechada para agilizar o resgate.
“Pedimos a compreensão e cooperação de todas as partes para o bom andamento desse esforço humanitário”, acrescenta a nota.
Nas redes sociais, a família da brasileira informou também que “muitas autoridades estão presentes reforçando a urgência e o compromisso no resgate”.
“Há três planos em vigor no momento. E confirma-se a impossibilidade de seguir com o helicóptero pela condição climática atual”, afirma a publicação, acrescentando que, até 15h45 (horário local), em Lombok, os socorristas ainda não haviam chegado onde Juliana está.
Além disso, os parentes confirmaram que estão contando com “o forte apoio da embaixada que está no local”. O Itamaraty, inclusive, disse que os trabalhos estão sendo acompanhados por funcionários da sede diplomática do Brasil em Jacarta.
Por fim, o perfil oficial @resgatejulianamarins agradeceu o apoio e carinho de todos e pediu as “melhores energias” para que a turista brasileira “se fortaleça e se mantenha firme”.
O pai de Juliana, Manoel Marins Filho, também afirmou que está tentando chegar no país asiático para voltar com sua filha viva.
Em uma postagem no perfil do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ele agradeceu ao petista e ao Ministério das Relações Exteriores, além da embaixada na Indonésia, pelos esforços”.
“Estou a caminho daquele país e espero voltar com minha filha viva”, escreveu ele, agradecendo a família, os amigos e “pessoas que eu nem conhecia”.
Após relatar dificuldades para chegar à Indonésia, em decorrência do fechamento do espaço aéreo do Catar por causa do bombardeio do Irã contra as bases dos Estados Unidos no país, Manoel confirmou ter conseguido embarcar para Bali nesta manhã.
Juliana tem 26 anos, é de Niterói, no Rio de Janeiro, e decidiu viajar sozinha pela Ásia, passando por Filipinas, Vietnã e Tailândia até chegar à Indonésia, no fim de fevereiro.
No país, ela se juntou a um grupo de cinco turistas, incluindo a italiana Federica Matricardi, e um guia para escalar o Monte Rinjani, com mais de 3 mil metros de altura.
De acordo com as autoridades locais, Juliana despencou cerca de 300 metros abaixo da trilha, perto do ponto mais alto da montanha. Horas depois, ela foi localizada com a ajuda de um drone, presa em uma fresta de uma pedra, com dificuldade para se movimentar.
Desde então, a família da brasileira tem divulgado os esforços para o resgate na trilha do Monte Rinjani, considerada uma das mais difíceis para turistas na Indonésia. (ANSA).