Hugo Calderano não é um desconhecido na China e no Japão. O carioca mora na Alemanha e vive fase incrível no tênis de mesa, que inclui vitórias sobre o número 1 do mundo, diante da maior sensação japonesa dos últimos anos e contra um atleta chinês da seleção principal. Não é pouco para um brasileiro.

Os feitos aumentaram o assédio ao atleta, que tem diversos pedidos para autógrafo e fotos nas competições, uma sensação nova na carreira. “Não é comum um brasileiro estar entre os melhores no tênis de mesa, mas venho há alguns anos evoluindo bastante”, disse, em entrevista ao Estado.

Em sua trajetória esportiva, Calderano teve como coach mental o francês François Ducasse, morto em 2016, que trabalhou com Pete Sampras, Maria Sharapova e outros grandes nomes do esporte. Certa vez ele confidenciou que o mesa-tenista era o atleta mais forte mentalmente com quem havia trabalhado. Talvez isso seja o segredo do brasileiro de 21 anos.

“Eu sempre tive uma força psicológica e mental muito grande, é o aspecto mais importante no tênis de mesa. Tinha um coach que me ajudou bastante. O contato não era tão frequente, mas ele me passou várias ferramentas para que pudesse usar, e me deixava livre. O técnico não pode querer colocar o atleta em uma moldura. Ele me ajudou a me direcionar.”

Em uma modalidade que a concentração faz diferença, Calderano está se metendo no domínio de orientais. Há menos de duas semanas, ele bateu Lin Gaoyuan na semifinal do Aberto do Catar. “Eu já tinha vencido alguns chineses, mas não da seleção principal. Ele é da seleção A da China”, contou. “Por enquanto os chineses estão muito à frente dos outros atletas, mas não é impossível vencê-los. Eu treino para isso.”

Em casa, o rapaz sempre foi estimulado na atividade esportiva. Seu pai é professor de educação física e serviu de inspiração. A mãe de Calderano trabalhava em um curso de inglês, mas se aposentou e agora ajuda o filho a desenvolver sua marca. “Minha família não precisa da minha ajuda. Somos de classe média e consigo viver do tênis de mesa. No Brasil talvez isso não fosse possível, mas na Alemanha é. Tenho uma vida confortável aqui na Europa”, comentou.

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A partir desta sexta-feira, ele disputa o Aberto da Alemanha de olho em mais pontos no ranking mundial. Atualmente é o 15.º colocado, mas deve subir na próxima publicação. “Sempre tive confiança de que conseguiria chegar nesse nível e estar entre os melhores.”


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