Foi uma surpresa quando o nome do apresentador e diretor Jô Soares foi anunciado como convidado do Programa do Porchat, de Fábio Porchat, na Record TV. Durante 16 anos no comando de seu famoso talk-show na Globo, Jô gravou entrevista nesta segunda, 16, na sede da Record, em São Paulo – vai ao ar nesta quarta, 18. Sem contrato com a Globo, Jô falou de seus projetos nos palcos após deixar o Programa do Jô, que rendeu mais 15 mil entrevistas.

No início, Porchat relembrou de sua participação no antigo programa, quando se emocionou. “Mandei um texto e o Jô me chamou para falar no palco. Aquilo mudou minha carreira. Entre tantos convidados, Jô comenta que o único que se negou a dar entrevista foi o apresentador Silvio Santos. “Ele contava que teve um encontro com uma cigana, que afirmou que ele morreria se desse entrevista para alguém. É claro que é mentira”, diverte-se.

O diretor pretende estrear nos palcos, em maio, o espetáculo A Noite de 16 de Janeiro, cujo título é a mesma data de seu nascimento. A peça é um julgamento que terá Jô como o juiz e a plateia como jurado. A cada sessão, haverá um final: com o réu culpado ou absolvido. “O sujeito lembra esses especuladores, como o Odebrecht”, diz.

E, na liberdade de fazer humor, Jô afirma que “o politicamente correto é uma bobagem”. “Um dia será isso; amanhã, será outra coisa.”

Ele também contou que alertou Caetano Veloso e Gilberto Gil durante a ditadura. “Tive acesso a uma lista e liguei para eles. Tempos depois, foram presos em Realengo. Quando ouvi a música Aquele Abraço, percebi a dimensão disso.”

Sobre esse período, Jô fala que precisou montar guarda no Teatro Oficina enquanto os artistas se apresentavam. “Ficamos na porta, com Plínio Marcos, mas a gente sabia que não ia segurar a censura.” Para ele, a grandeza de um artista é ser anarquista. “Não tem que ter filiação partidária.”

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Entre os amigos, ele lembrou com carinho de Ronald Golias, com quem fez Família Trapo. “O que Golias tinha de talento tinha de insegurança. Essa é a condição de nós, artistas. A gente pode se preparar e ter um controle, mas a insegurança vai existir.” Jô também confessou que nunca se interessou com números de audiência. “Vinham me contar, mas nunca quis saber. Sempre me preocupei com a qualidade.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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