13/07/2020 - 13:44
ROMA, 13 JUL (ANSA) – Um relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), divulgado nesta segunda-feira (13), mostrou que mais de 690 milhões de pessoas vivenciaram a falta de comida e a desnutrição de maneira crônica em 2019. O número é 10 milhões a mais do que 2018 e cerca de 60 milhões a mais em um período de cinco anos. O cenário é ainda mais preocupante para este ano, já que o avanço do novo coronavírus (Sars-CoV-2) no mundo pode fazer com que 132 milhões de pessoas passem fome em 2020.
Apesar de fazer uma ressalva de que pode ser cedo ainda para dimensionar o tamanho do impacto da Covid-19, o relatório afirma que no mínimo 80 milhões entrarão para a triste estatística até dezembro. “A fome atinge um número crescente de pessoas. Nos últimos cinco anos, dezenas de milhões de indivíduos em todo o mundo passaram para a fila dos subalimentados crônicos e diversos países estão nas garras de múltiplas formas de má nutrição”, diz o documento.
A pesquisa contou com a participação de outras entidades internacionais, como o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Ifad), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), o Programa Alimentar Mundial (PAM) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), e colocou em cheque o objetivo de atingir a Fome Zero no mundo até 2030.
O percentual de pessoas com fome no mundo permanece na faixa dos 8,9% desde 2014, o que mostra que não há grandes mudanças em uma análise global, mas que o número de pessoas subalimentadas sobe no mesmo nível do crescimento da população mundial.
A Ásia continua como a região com o mais elevado número de subalimentados, com 381 milhões de pessoas, seguida pela África (250 milhões) e pela América Latina e Caribe (48 milhões). (ANSA)